Uma paciente de 24 anos registrou um BO (Boletim de Ocorrência) contra um médico que trabalha na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do jardim do Sol, na zona oeste de Londrina. De acordo com a Polícia Civil, a jovem relatou em depoimento que o profissional, que tem 63 anos, teria tido falas de cunho sexual e invasivas durante uma consulta, na manhã desta terça-feira (12).

Segundo o delegado Roberto Fernandes, a jovem alegou que o médico disse que “ela teria que tirar a calcinha para receber uma injeção nas nádegas, que seria aplicada pelo setor de enfermagem”. “Também afirmou que ele teria falado que ela era bonita, questionado se era casada, que perguntou a profissão do marido e ao responder que era caminhoneiro, ele teria dito que jamais deixaria uma mulher bonita igual a ela por 30 dias e sair viajando. A denunciante ainda falou que ele disse que ela seria muito ‘gostosa”, detalhou. O delegado autuou o servidor por violência psicológica. O médico assinou um termo circunstanciado e foi liberado na sequência.

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A mulher mora no Mato Grosso do Sul com o marido e o filho de 2 anos, no entanto, está vivendo atualmente na casa da sogra, em Londrina, por conta de um tratamento médico da criança. Ela foi até a UPA atrás de atendimento em razão de dores na garganta.

O médico, que faz parte do quadro de servidores do município desde 1992, também foi ouvido pelo delegado e negou as acusações. “Ele alegou que o atendimento foi normal, que ela estava com faringite e receitou uma benzetacil, que normalmente é aplicada nas nádegas e que ela disse que estava constrangida por estar sem calcinha e que ele afirmou que era o procedimento normal”.

“Ela disse que se sentiu muito abalada, ficou nervosa, precisou sair correndo do consultório. Depois de ouvir as testemunhas, vítima e autor entendi que este seria o melhor enquadramento, porque ela não reporta que ele tenha tocado nela ou pedido para tirar a roupa, mas que a fala dele, segunda a jovem, teria a abalado”, justificou.

CORREGEDORIA

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que “repudia veementemente qualquer atitude ou comportamento deste tipo” e no que a ela compete “estará a disposição das autoridades policiais para esclarecer o caso”. Ainda destacou que “encaminhou o caso para a Corregedoria, para que sejam avaliados os procedimentos em relação à conduta do médico.”

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