Belém, 06 (AE) - O governo do Pará concedeu hoje reajuste de 500 reais aos 290 delegados do Estado, elevando os salários de R$ 2.100,00 a R$ 2.600,00, mas eles permanecerão em greve em apoio aos 1.500 servidores de nível médio da Polícia Civil, aos quais foram oferecidos 110 reais.
Esses servidores decidiram manter a greve, que, hoje, completa dez dias. Irritado com a paralisação, o governador Almir Gabriel (PSDB) afirmou: "Quem não trabalhar não recebe."
O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Pará, Justiniano Alves Júnior, disse que o aumento de 500 reais está dentro da expectativa, mas entende que o pessoal de nível médio deveria receber um reajuste compatível com as necessidades
sobretudo porque atuam em regime de tempo integral.
Recusando a proposta, segundo Alves Júnior, os policiais demonstraram a insatisfação com a política salarial do governo.
"Seguimos a maioria, que optou por se manter em greve; ela só será suspensa quando os investigadores, escrivães, agentes e peritos, além do pessoal da Polícia Judiciária, tiverem suas reivindicações atendidas." Eles querem 100% de gratificação sobre o salário-base da polícia, hoje, em torno de 490 reais.
O secretário de Administração, Carlos Kayath, afirmou que os delegados e policiais de nível médio fazem reivindicações desvinculadas das do restante do funcionalismo público. "O governo pensa no todo, não no particular; nossa preocupação é criar uma política de reajuste que contemple a todos, e isso está sendo feito."
O chefe da Polícia Civil, delegado João Moraes, acredita que a greve está se enfraquecendo a cada dia. Hoje, ele esteve reunido com um grupo de delegados, tentando persuadí-los a abandonar a greve. Não obteve sucesso.