Zagreb, 07 (AE-AP) - Um candidato que promete livrar a Croácia de seu passado autoritário venceu as eleições presidenciais do país nesta segunda-feira (07), disse seu oponente, admitindo sua derrota horas antes do anúncio dos primeiros resultados.
Stipe Mesic é o vencedor do pleito convocado para a escolha do sucessor do falecido Franjo Tudjman, reconheceu o ex-dissidente comunista Drazen Budisa pouco antes do fechamento das urnas. Mesic é um ex-membro da presidência coletiva daa Iugoslávia.
"Acho que chegou o momento de eu parabenizar o senhor Mesic por sua vitória e desejar a ele muito sucesso no exercício das atividades presidenciais", disse Budisa após resultados preliminares não-oficiais revelados aos dois partidos mostrarem uma vantagem de 10 pontos percentuais a favor de Mesic.
Mesic foi mais cauteloso, dizendo em entrevista coletiva que "estamos vencendo de acordo com os resultados iniciais". E acrescentou: "Esta tendência provavelmente permanecerá."
Os dois candidatos apresentaram propostas políticas quase idênticas durante a campanha, fazendo com que os eleitores baseassem sua escolha na personalidade e na apresentação de ambos.
As eleições foram realizadas em mais de 7.000 pontos de votação no país e em 48 embaixadas no exterior. Os primeiros resultados oficiais deverão ser divulgados à meia-noite local.
A votação foi a terceira eleição nacional em pouco mais de um mês. Em eleições parlamentares divisoras de águas realizadas em 3 de janeiro, os croatas derrubaram os nacionalistas de Tudjman em favor de uma coalizão de orientação esquerdista favorável a reformas democráticas e à integração do país com as potências políticas européias.
Os eleitores voltaram às urnas em 24 de janeiro para eleições presidenciais que ampliaram o rompimento com o legado de corrupção da era Tudjman.
Mesic, de 65 anos, e Budisa, de 51, venceram a eleição de nove candidatos sem obter maioria absoluta, o que forçou a realização de um segundo turno.
No primeiro turno, um advogado, venceu o pleito com 41% dos votos, 13 pontos percentuais à frente de Budisa. Mas pesquisas de opinião recentes sugeriam que os dois candidatos estavam tecnicamente empatados.
O novo presidente enfrentará uma redução dos poderes executivos, com um novo parlamento comprometido com a restauração de seu papel como principal órgão de decisões. Analistas dizem que Tudjman abusou de seus poderes. Ele levou o país à independência em 1991 e governou até sua morte, em 10 dezembro passado.
No entanto, o novo presidente terá ampla influência em questões de segurança nacional e na moldagem de sua política externa.