Operadoras de telefonia celular oferecem novos serviços para manter fatia do mercado
PUBLICAÇÃO
sábado, 08 de abril de 2000
Por Carla Jimenez
São Paulo, 09 (AE) - O prenúncio da entrada de um terceiro competidor para dividir o mercado de celulares está fazendo as atuais operadoras investirem na manutenção de seus clientes e trazendo uma possível queda nas tarifas cobradas por essas empresas. Em São Paulo, a Telesp Celular lançou neste fim de semana o serviço Instant, uma central de chamadas 24 horas para atender os mais variados casos de emergência de seus usuários.
Discando o código do Instant (*7000), o cliente da pode solicitar desde o telefone de um mecânico, informações sobre o trânsito, até o de uma floricultura; por 1,58 o minuto (além do custo da tarifa). A BCP também está preparando um pacote de serviços, depois lançar o short message, um serviço de emissão de mensagens da Internet para o visor do telefone, e o extrato via celular. Em Minas Gerais, a CTBC Telecom oferece um programa parecido ao de milhagem: quanto mais o cliente liga, mais descontos ele ganha.
Agora todas se preparam para ajustar tecnologia à linguagem da Internet, ou WAP (Wireless Application Protocol), que permitirá navegar em alguns endereços da rede a partir do celular. Várias operadoras já fecharam encomendas de terminais com o novo protocolo, que devem chegar ao mercado na metade do ano. A Telesp Celular aproveitou a Telexpo, feira de telecomunicações realizada em São Paulo, para fechar uma parceria com a Motorola, que fornecerá 1 milhão de aparelhos.
Também no Rio de Janeiro, a ATL está negociando com a Nokia terminais para navegar na Internet. Só no primeiro bimestre foram vendidos 1 milhão de celulares. Mas são os novos aparelhos com acesso à Internet que devem criar outra onda de consumo. Segundo Gilson Rondinelli Filho, diretor de Negócios da Telesp Celular, mais de 30% dos 3 milhões de usuários da operadora trocam de aparelho constantemente - pelo menos uma vez por ano.
"No fim do ano que vem estaremos na terceira geração, que exigirá um novo celular", diz Rondinelli. Essa etapa possibilitará o acesso à voz e imagem e deve exigir um aparelho um pouco maior que os atuais. Em 2002, haverá uma nova rodada. Outra onda de celulares deve chegar ao mercado, com capacidade de transmissão de dados superior ao que será lançado no próximo ano. "Será a fusão completa entre a tecnologia do celular e do computador".
A competição vai ainda derrubar as tarifas dos celulares. Segundo José Dario Dal Piaz, gerente-geral da empresa de pesquisa e consultoria Yankee Group, especializado em telecomunicações, o Brasil terá uma queda semestral de 20% no preço das tarifas com a entrada do terceiro concorrente dos celulares. "Há muita gordura para queimar nos preços das operadoras", observa Dal Piaz.
De acordo com um estudo da empresa alemã Siemens, de novembro de 1999, falar um minuto pelo celular era 12 vezes mais caro do que falar por um telefone fixo. Com os pacotes e descontos das empresas nos últimos meses, esse valor hoje em torno de 10 vezes mais caro, acredita Maria Paula Capobianco, gerente de marketing da Siemens. Se comparado a outros países, a relação é escandalosa. Nos países vizinhos da América Latina, o total está em torno de sete vezes maior e na Europa e ásia, três vezes para um. No Japão, os preços se aproximaram tanto, que os celulares já estão substituindo o aparelho fixo.
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