A Petrobras começou ontem a esvaziar o navio Norma, que encalhou na última quinta-feira com 22 milhões de litros de nafta na Baía de Paranaguá, no Litoral do Estado. A empresa holandesa Smitt Americas Inc., contratada pela Petrobras, retirou os 600 mil litros de óleo combustível, usado para a locomoção da embarcação.
Porém a nafta - derivado de petróleo altamente inflamável - ainda permanecia no navio. A previsão da empresa holandesa, que foi a responsável pelo resgate do submarino russo Kursk, era que esse produto começasse a ser retirado na noite de ontem.
No entanto, não havia certeza dessa informação, já que a Transpetro (subsidiária da Petrobras e responsável pelo transporte de petróleo no Brasil) evitava falar sobre o vazamento, transferindo a responsabilidade para a Capitania dos Portos de Paranaguá. A capitania, por sua vez, também não deu informações sobre o assunto.
O atraso aconteceu por causa das condições climáticas. A Smitt esperava conseguir esvaziar todo o óleo combustível até o início da tarde de ontem, mas o trabalho foi mais lento devido ao vento e à maré alta. Em média, eram coletados 29 mil litros por hora.
Outro fator de atraso foram pequenos vazamentos de nafta que caíam do navio. De acordo com o comandante da Defesa Civil, coronel Luiz Antonio Borges Vieira, o produto escorria com o movimento das ondas. Vieira garantiu que não havia riscos de explosões.
Segundo bombeiros que trabalhavam no plano de contingência de salvatagem (do navio) e transbordo (da nafta), o material que derramava do navio saía de comportas ou quando a onda expunha o buraco no casco. Vieira disse que não foi realizada a vedação perfeita do casco do Norma. Mas como a nafta é mais leve que a água, a pressão do mar evitava maiores derramentos.
Quando for iniciada a transferência da nafta, a Smitt pode colocar um navio intermediário entre o Norma e o Nara, cargueiro que veio do Rio de Janeiro para armazenar o produto. Dessa maneira deverá se evitar possíveis derramentos.
Para acompanhar o processo de bombeamento da nafta, a Defesa Civil e a administração do Porto de Paranaguá montaram um esquema especial. As bóias de segurança foram afastadas para mais dois mil metros. Além disso, dentro do Plano de Apoio Mútuo do Porto de Paranaguá vieram embarcações do corpo de Bombeiros do Porto de Santos.