Operação combate comércio ilegal de armas em Cornélio Procópio e Uraí
Ministério Público e Polícia Militar apreenderam drogas, armas e munições. Alvos foram um CAC e um proprietário de uma loja de caça e pesca
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terça-feira, 01 de agosto de 2023
Ministério Público e Polícia Militar apreenderam drogas, armas e munições. Alvos foram um CAC e um proprietário de uma loja de caça e pesca
Jéssica Sabbadini - Especial para a Folha
O MP (Ministério Público) e a PM (Polícia Militar) apreenderam 13 armas e mais de 2.500 munições em uma operação contra o comércio ilegal e o tráfico de drogas no Norte Pioneiro. Ninguém foi preso. A Operação Arroba é comandada pela 2ª Promotoria de Justiça de Cornélio Procópio.
A ação foi realizada em Cornélio e Uraí na sexta-feira (28), mas começou em maio do ano passado, após a prisão de um integrantes de uma organização criminosa que atuava no Norte Pioneiro. A partir dessa detenção, o MP e a PM conseguiram levantar informações que levaram a outros envolvidos no tráfico de drogas e no comércio ilegal de armas. Nas duas primeiras fases, ao menos 15 suspeitos foram presos.
Nesta terceira etapa, segundo o promotor, as investigações se concentraram em dois suspeitos de fornecer munições de forma ilegal para o crime. Um CAC (Caçador, Atirador, Colecionador), de Uraí, seria responsável por fazer a venda aos traficantes.
Quando não tinha a munição pedida pelos criminosos, segundo o MP, ele entrava em contato com o outro CAC, de Cornélio, o segundo alvo da operação. Segundo o MP, ele é proprietário de uma loja de artigos de pesca, mas usava dados de outras pessoas - que podem não estar envolvidas - para comprar munições e repassar ao CAC de Uraí, que vendia ao crime organizado.
“O que nós identificamos foi a venda de munições porque não há um controle específico de cada munição. Então ele pode repassar para quem quiser e declarar que usou, fez um treinamento ou participou de uma competição”, esclareceu Guilherme Franchi, promotor da 2ª Promotoria de Justiça de Cornélio Procópio.
Até o ano passado, o limite anual para a compra de munições poderia chegar a 4 mil unidades. Neste ano houve uma redução, limitando em algumas categorias para 50 munições por ano.
Com o CAC de Uraí foram apreendidas 50 gramas de substância análoga à maconha, nove pés da erva e utensílios utilizados na preparação de entorpecentes.
Já com o suspeito de Cornélio Procópio, foram apreendidos documentos, um celular, 13 armas de fogo de diversos calibres, 11 carregadores e 2.521 munições também de diferentes calibres. As armas estavam legalizadas e serviam para que tivesse acesso às munições.
Franchi explica que, no momento, foi cumprido apenas o mandado de busca e apreensão. “Nas próximas etapas é possível que seja expedido mandado de prisão, o que vai depender da análise do material que foi apreendido”, explicou.
As informações também poderão auxiliar na identificação de outras pessoas envolvidas no comércio ilegal de armas e munições ou no tráfico de drogas. “O que nós visualizamos até agora dá a entender que era uma situação corriqueira para eles. A facilidade com que tinham acesso às munições e repassavam a terceiros mostra que era algo do dia a dia. Então presumimos, com grande segurança, que há outras pessoas envolvidas”, afirmou.
(Matéria atualizada às 16h30)