A OMS (Organização Mundial de Saúde) confirmou um caso de influenza A H1N2, em Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina). A vítima é uma mulher de 22 anos, que trabalha em um abatedouro de porcos e foi infectada no dia 12 de abril. Após apresentar sintomas respiratórios a paciente foi tratada com oseltamivir, não precisou ser hospitalizada e já está curada.

Imagem ilustrativa da imagem OMS confirma caso de influenza A H1N2, com potencial pandêmico, em Ibiporã
| Foto: AEN-PR

Segundo a Sesa (Secretaria de Estado de Saúde), a jovem é residente de Nova Santa Bárbara (RML) e trabalha em frigorífico de suínos em Ibiporã. Este é o segundo caso no Paraná, sendo que o primeiro ocorreu em 2015 em Castro (Campos Gerais). A identificação desses casos ocorreu no programa de vigilância da influenza do Paraná e do Lacen (Laboratório Central do Paraná).

Após análise do resultado do exame pelo Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz), laboratório referência do Rio de Janeiro, autoridades locais iniciaram investigação no matadouro e também em cidades onde moravam trabalhadores que tiveram contato com a mulher. Um segundo indivíduo, que também esteve no local da provável contaminação, desenvolveu sintomas respiratórios no mesmo período do caso confirmados, porém não foi realizado coleta de amostra.

Ainda segundo a secretaria, está sendo realizada a investigação epidemiológica e laboratorial na área para verificação de ocorrência de mais casos envolvendo os vários municípios da região, onde os trabalhadores residem, e a do frigorífico.

VÍRUS VARIANTES

Os vírus da gripe dos porcos normalmente não infectam seres humanos, no entanto, ocorreram infecções humanas esporádicas. Quando isso acontece, esses vírus são chamados de "vírus variantes". As pessoas que foram infectadas com vírus variantes apresentaram sintomas semelhantes aos da gripe sazonal humana comum. Estes incluem febre, letargia, falta de apetite e tosse. Algumas pessoas também relataram coriza, dor de garganta, irritação nos olhos, náusea, vômito e diarreia. Segundo a Sesa, na maioria dos casos os vírus variantes da gripe não demonstraram a capacidade de se espalhar de maneira fácil e sustentável de pessoa para pessoa.

Os surtos de gripe entre esses animais ocorre regularmente, semelhante aos surtos de influenza sazonal que ocorre entre as pessoas.

Os vírus da gripe que infectam porcos são diferentes dos vírus da gripe humana. Assim, geralmente não se espera que as vacinas contra a influenza humana protejam as pessoas contra vírus da influenza que normalmente circula nos porcos. Além disso, como os porcos são suscetíveis aos vírus da gripe aviária, humana e suína e eles podem ser potencialmente infectados com vírus da gripe de diferentes espécies (por exemplo, patos e humanos) ao mesmo tempo. Se isso acontecer, é possível que os genes desses vírus se misturem e criem um novo vírus.

DESLOCAMENTO E PANDEMIA

Esse tipo de mudança importante no vírus influenza A é conhecido como deslocamento antigênico. Se esse novo vírus causar doenças nas pessoas e puder ser transmitido facilmente de pessoa para pessoa, pode ocorrer uma pandemia de influenza. Foi o que aconteceu em 2009, quando um vírus influenza A(H1N1) com genes suínos, aviários e humanos surgiu na primavera de 2009 e causou a primeira pandemia em mais de 40 anos.

Segundo a OMS, até o momento, 26 casos de influenza A H1N2 foram relatados desde 2005, incluindo dois do Brasil. A maioria dos casos apresentou sintomas da doença leve e não houve evidência de transmissão de pessoa para pessoa.