O diretor-geral do Fórum de Londrina, Luiz Valério dos Santos, aplicou a pena de advertência a um oficial de justiça que se envolveu em uma discussão de trânsito em julho do ano passado na Avenida Tiradentes, zona oeste de Londrina. A decisão saiu nesta segunda-feira (22). Segundo o boletim de ocorrência do caso, o servidor esfaqueou um motorista durante a briga e fugiu, mas foi abordado pela Polícia Militar. A vítima foi encaminhada sem riscos ao Hospital da Zona Norte com ferimentos na cabeça e braços.

Imagem ilustrativa da imagem Oficial de justiça de Londrina é punido por esfaquear motorista durante briga de trânsito
| Foto: Rafael Machado/Grupo Folha

De acordo com o Estatuto dos Funcionários do Poder Judiciário do Estado do Paraná, a punição de advertência não prevê suspensão do salário ou afastamento da função. A sentença foi dada pelo juiz em um processo administrativo disciplinar. A defesa estuda se vai recorrer, mas se mostrou satisfeita com o resultado. "O fato não teve nenhuma relação com o cargo dele, que sempre teve uma conduta exemplar", disse o advogado Alexandre Aquino, que atua no processo junto com a advogada Anna Patrícia Deliberador.

Advogado Alexandre Aquino, que defende o oficial de justiça
Advogado Alexandre Aquino, que defende o oficial de justiça | Foto: Rafael Machado/Grupo Folha

Apesar de reconhecer que o oficial não tenha problemas de disciplina, o magistrado escreveu no despacho "que não se pode fechar os olhos para a situação que ocorreu em uma conduta que vai contra a dignidade da função que ocupa. A conclusão é que o servidor deixou de proceder, na vida privada, de forma a dignificar o posto que exerce".

A briga

De acordo com a PM, o homem esfaqueado dirigia seu veículo quando teria sido fechado pelo servidor no cruzamento das Avenidas Tiradentes com Rio Branco. O agressor parou o carro, xingou e chutou a porta do carro da vítima, que revidou com outro chute. Foi então que o representante do Judiciário pegou a faca e desferiu os golpes.

Abordado pelos policiais, ele confessou o envolvimento na discussão, mas contou outra versão. Disse que o outro motorista quase teria provocado o acidente, motivo que teria se exaltado. Além da sanção interna, o funcionário público responde a um processo criminal.