Pelo menos até amanhã as obras de reabertura do Bosque Municipal para tráfego de veículos estarão paradas. Desde a última semana, quando ocorreu o corte de 16 árvores nativas no local, uma onda de protestos contra a obra teve início. Na última terça-feira o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), embargou a obra por conta da falta de licenciamento ambiental do órgão.
O ápice do conflito em relação à reabertura do bosque aconteceu no início da tarde de ontem. Um participante do movimento Ocupa Londrina, jornalista Guto Rocha, abraçou um tronco de um ipê no Bosque para impedir que uma máquina da prefeitura retirasse a árvore.
Naquele momento a obra já estava embargada pelo IAP. No entanto trabalhadores da prefeitura e máquinas, além de 5 caminhões, permaneciam no bosque. Apenas às 16 horas e 47 minutos o assessor da Secretaria Municipal de Obras, Aguinaldo Rosa, responsável pelo setor de pavimentação, deu a ordem para que os servidores e máquinas deixassem o local.
Rosa estava no Ministério Público participando de uma reunião com a promotora do Meio Ambiente Solange Vicentin e o presidente do IAP, Andrew Pinheiro. A reunião estava quase acabando quando o ex-secretário de obras fez a ligação.
Participaram da discussão também o procurador geral do município, Paulo César Tieni, e a presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), Regina Nabhan.
Durante o encontro ficou acertado que até amanhã será assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Só após a assinatura do termo a obra continuará. Apesar do acordo o IAP aplicou uma multa de R$ 9,8 mil contra o município, por causa do corte de árvores e também pela falta de licenciamento ambiental.
De acordo com o presidente do IAP, Andrew Pinheiro, o valor da multa é de certa forma ''simbólico''. Segundo Pinheiro, no TAC será cobrado o plantio de aproximadamente 10 árvores para cada uma que for tirada do bosque. Pinheiro adiantou que o IAP não irá negar a licença para obra, pois a reabertura seria ''necessária e a compensação, plantio de outras 200 ou 300 árvores será muito grande''.
De acordo com Gerson Galdino, que representou a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) na reunião, além das árvores que já foram retiradas será necessário o corte de aproximadamente outras 20 árvores. Palmeiras serão retiradas e plantadas em outros locais.
Os participantes da reunião concordaram que o maior desafio para a abertura do bosque são os protestos do grupo Ocupa Londrina. A presidente do Ippul, comentou que o movimento de oposição à obra só estaria acontecendo pois o projeto não havia sido divulgado. A promotora pretende marcar uma reunião com os líderes do Ocupa Londrina para discutir o projeto.
O jornalista Guto Rocha, um dos criadores do movimento, considerou o projeto de abertura ''uma piada. Você não precisa ser engenheiro de trânsito para saber que não vai resolver o problema nessa região. O bosque precisa ser revitalizado, isso eu concordo, mas abrir isso aqui vai acabar com um patrimônio da cidade''. De acordo com Rocha, o projeto deveria ter sido divulgado há pelo menos 20 dias. Ele e aproximadamente outras 30 pessoas estavam no bosque no final da tarde de ontem. ''Vamos continuar ocupando o local. Na internet mais de 700 pessoas apoiam o movimento''.

Confira mais fotos das obras:

Obra no Bosque só retoma após acordo com MP
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