O poeta e tradutor Ivan Junqueira é eleito para a ABL
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quarta-feira, 29 de março de 2000
Por Andreia Maia
Rio, 30 (AE) - O poeta carioca Ivan Junqueira, de 65 anos, é o novo titular da cadeira de número 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL), que era ocupada por João Cabral de Melo Neto, morto em novembro do ano passado. Junqueira disputou a vaga com o também poeta, o cearense Artur Eduardo Benevides. Venceu por 32 votos contra 3. Houve duas abstenções.
A votação dos 32 acadêmicos, entre eles Arnaldo Niskier, Evandro Lins e Silva, Eduardo Portella, Josué Montelo e João Ubaldo Ribeiro, demorou apenas 25 minutos. "Ivan Junqueira é um grande poeta, ensaísta e exímio tradutor; e um só um grande poeta poderia suceder João Cabral de Melo Neto", disse o presidente da ABL, o professor e ensaísta Tarcísio Padilha.
Junqueira começou na vida literária com a publicação de "Os Mortos", em 1964. Mas antes de ingressar na literarura, o poeta tentou os cursos de medicina e filosofia, que acabaram abandonados. Junqueira partiu então para o jornalismo. Em 1963, começou como redator da "Tribuna da Imprensa" e depois trabalhou como redator e subeditor no "Correio da Manhã, Jornal do Brasil e O Globo".
Foi diretor do Centro de Informações das Nações Unidas no Rio de Janeiro, entre 1970 e 1997, e mais tarde tornou-se supervisior editorial da Editora Expressão e Cultura e diretor do Núcleo Editorial da Universidade do Rio (UERJ). O poeta é integrante do Pen Club do Brasil e, em 1994, conquistou o Prêmio José Sarney de poesia inédita.
Em 1998 foi curador do Programa de Co-Edições da Fundação Biblioteca Nacional que permitiu a publicação de 35 títulos de autores das regiões Norte, Nordeste e Sudeste. No mesmo ano, Junqueira recebeu a medalha Cruz e Souza, de Florianópolis.
A poesia de Junqueira já foi traduzida para o espanhol, alemão, francês, italiano, dinamarquês, russo e chinês. Entre as suas obras estão: "Quatro Quartetos"(1967); "Três Meditações na Corda Lírica"( poesia -1977); "A Rainha Arcaica"(poesia - 1980); "Testamento de Pasárgada"( antologia crítica da poesia de Manuel Bandeira - 1981); "Dias Idos e Vividos" (antologia crítica da prosa de não-ficção de José Lins do Rego -1981); "À Sombra de Orfeu" (ensaios -1984) e "A sagração dos Ossos" (poesia -1994 - prêmio Jabuti em 1995).