Até a noite deste domingo (28), pelo menos 555 pessoas em todo o Paraná formavam uma “fila” de espera por vagas em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e enfermarias exclusivos para o tratamento da Covid-19. Se analisados os dados por regiões do estado, na macrorregião Norte eram 50 pessoas nesta situação. Enquanto a vacinação em idosos com mais de 80 anos avançou neste final de semana na cidade, a rede pública de saúde de Londrina poderá voltar a contar com 116 leitos de UTI Covid-19 ao longo desta semana. Porém, no balanço entre as poucas notícias positivas e a dura realidade imposta pela pandemia, o que ainda chama a atenção é a falta de engajamento de alguns grupos com as medidas preventivas e a preocupação de gestores de saúde com o avanço de novas cepas.

De acordo com o boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde neste domingo (28), Londrina somou 37.673 casos confirmados, 330 a mais do que neste sábado. Outros três óbitos foram confirmados na cidade elevando para 697 o total. Nas últimas 24 horas, duas pacientes do sexo feminino, de 61 e 62 anos, e um idoso de 76 tiveram os óbitos confirmados.

O prefeito Marcelo Belinati (PP) retomou alguns dados sobre o preocupante cenário epidemiológico no estado em sua transmissão ao vivo nas redes sociais neste domingo. De acordo com ele, a macrorregião Norte possuía apenas 15 leitos de UTI Covid-19 SUS (Sistema Único de Saúde) disponíveis, o que representa taxa de ocupação de 93%. O índice é um pouco inferior à média da ocupação geral dos leitos de UTI Covid-19 em todo o estado, que ficou em 96%.

Imagem ilustrativa da imagem Número de pacientes que aguardam leitos chega a 555 no Paraná
| Foto: Tarso Sarraf/AFP

De acordo com ele, a rede pública de saúde de Londrina contará com 116 leitos ao todo já nesta semana, 11 a mais do que os atuais 105. Se considerados os leitos de UTI Covid-19 à disposição no HU (Hospital Universitário) da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e no Hospital do Coração, a taxa de ocupação ficou em 94% neste domingo.

Já quando questionado se deverá proibir que residentes de municípios que não estejam seguindo à risca as regras do decreto estadual sejam atendidos em Londrina, o prefeito esclareceu que não. “Londrina vai atender a todos, população de Cambé, Rolândia, São Jerônimo da Serra, toda a região Norte do Paraná com tudo o que tem do mais moderno. O que pedimos é a compreensão de todos os prefeitos, tivemos até uma reunião para ter uma estratégia regional", afirmou.

O questionamento surgiu após o prefeito de Maringá, Ulisses Mais (PSD), declarar em suas redes sociais que "ambulâncias de Cianorte, São Carlos do Ivaí e Mandaguari não estão autorizadas a entrar", disse ele. De acordo com Maia, os prefeitos destes municípios não estão respeitando as medidas anunciadas nesta sexta-feira pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde).

Só para se ter uma ideia, a macrorregião de Maringá apresenta taxa de ocupação de 98% os leitos de UTI exclusivos para o tratamento da Covid-19, com 98 pacientes na fila de espera por um leito.

Neste domingo, 3.675 novos casos foram confirmados em todo o Paraná e 34 mortes. Com os novos dados, o estado atingiu 642,4 mil casos e 11,5 mil óbitos desde o início da pandemia.

“O que precisa acontecer para alguns acreditarem que isso é grave”, criticou o prefeito Marcelo Belinati antes de declarar que sente "profunda tristeza" com o desdém de alguns grupos com os riscos, especialmente diante da circulação de novas variantes do vírus pelo estado.