Número de mortes por Covid-19 dispara no Paraná
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sexta-feira, 13 de novembro de 2020
Vitor Ogawa - Grupo Folha
O Paraná tem vivido um momento preocupante em relação à curva de contaminação de Covid-19. No dia 1º de novembro, o número de casos confirmados era de 723 ocorrências, enquanto o de mortes era de seis registradas em um dia. Na última quinta- feira (12), o número de casos confirmados foi de 2.185 e o de mortes, de 47 pessoas.
Segundo o médico infectologista Walton Tedesco Jr., responsável pelo controle de infecção hospitalar na Iscal (Irmandade da Santa Casa de Londrina), a população tem relaxado nas medidas de segurança. “Infelizmente, quando começa a melhorar um pouco a situação, para muita gente significa que está tudo bem e pode voltar ao normal. E não é bem assim. Muito pelo contrário. Quanto menos o isolamento parecer necessário é justamente o maior sinal de que as medidas estão funcionando. Não por coincidência praticamente todo feriado aconteceu esse fenômeno de aumentar os casos uma a duas semanas depois. As pessoas diminuem os cuidados e aumentam as festas, reuniões etc”, se referindo ao feriado de Finados.
De acordo com Tedesco, para conter esse avanço é preciso conscientizar e informar a população da importância das medidas de prevenção. “É preciso fazer a população entender que a pandemia não acabou e nem está perto de acabar e que não é hora de relaxar”, destacou.
“Nós, no Paraná, não conseguimos o isolamento social, por mais que tenha sido dito e reforçado da necessidade dele. Cerca de 50% da população se isolou e os outros 50% não. O que preocupa é que as pessoas estão ainda mais à vontade, sem tomar os devidos cuidados. (...) Temos que voltar a tentar com uma mídia mais agressiva para que as pessoas se conscientizem que a pandemia não acabou”, apontou.
A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, informou que a pasta está discutindo novas estratégias. "O grande aprendizado nesta pandemia é que o vírus possui altíssima transmissibilidade e não conseguimos convencer as pessoas quanto a isso. É difícil falar sobre medidas protetivas e sobre a necessidade de distanciamento social. Eles acham que a pandemia acabou. Não chegamos a baixar o número de casos como esperávamos”, destacou.
Goretti ressaltou que não nega a possibilidade de um novo lockout. “Essa possibilidade depende do cenário epidemiológico. Se aumentar o número de casos vamos ter que decretar lockout e as pessoas têm que compreender. Cada um tem que fazer a sua parte para resolver o problema. A nossa parte, como governo, é pensar na saúde de todos, na saúde pública, na prevenção e controle da doença. Estamos fazendo isso desde janeiro, organizando o plano de contingência”, declarou.
A equipe também tem implementado ações para identificar precocemente surtos. “Se há surtos, há aumento de casos. Estamos trabalhando principalmente com hospitais e comissões de controle hospitalar e estamos com novo ciclo de testagem de instituições de longa permanência, tanto públicas como privadas. Já testamos 10 mil idosos e 10 mil trabalhadores com exames PCR e testes rápidos e estamos abrindo novo ciclo para testar todos novamente, para evitar que um caso confirmado em longa permanência se torne um surto."
Sobre o dia da eleição, ela destacou que o TSE divulgou um manual ( https://bit.ly/32IYhpV)com todas as orientações e a Secretaria de Saúde produziu uma nota orientativa no Coren ampliando as medidas em relação ao que o TSE fez. “É a nota orientativa 51 (https://bit.ly/3nolIwQ), que recomenda às pessoas a não levarem seus filhos aos locais de votação; não cumprimentar as pessoas por meio de apertos de mão, beijos e abraços; evitar contato em objetos e superfícies; usar máscaras; e os idosos devem ir nas primeiras horas de votação, entre 7 horas e 10 horas”, destacou.
“E em 15 dias depois das eleições estaremos em dezembro, um período de compras, festas e viagens e estamos pedindo que as pessoas adiem viagens, evitem compras e aglomerações. A gente sabe que vai comprometer e muito”, destacou.
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