Número de assaltos a bancos diminuiu 43,7% na capital em 99
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 10 de janeiro de 2000
Por Renato Lombardi
São Paulo, 10 (AE) - O número de assaltos a bancos diminuiu 43,7%, na capital, em 1999, em comparação com o ano de 1998. Ocorreram de janeiro a dezembro 502 roubos a agências. Em 1998, foram 892 assaltos. Os bancos da zona sul da cidade foram os mais atacados: 181. O período da tarde foi o escolhido pelos assaltantes para seus ataques. O Bradesco foi o banco mais assaltado. Em todo o Estado, de janeiro a outubro, os ladrões atacaram 898 bancos e roubaram R$ 134 milhões. Além do dinheiro, levaram 987 revólveres dos vigilantes.
O delegado Ruy Ferraz Fontes, da Delegacia de Roubo a Bancos, do Departamento de Investigações Sobre Crimes Patrimoniais (Depatri), explicou que vários foram os fatores que colaboraram para a queda dos roubos. Um deles foi a prisão de dezenas de ladrões que se especializaram em assaltos a bancos. No ano passado, os policiais prenderam 285 assaltantes, 181 em flagrante, 21 que já estavam condenados pelo mesmo crime, 18 que tinham fugido dos presídios e continuaram assaltando e 25 menores, também integrantes de quadrilhas.
Além das prisões, outro fator que provocou a queda foi, segundo o delegado, a colaboração dos funcionários dos bancos, que passaram a acionar os alarmes, e dos clientes, que denunciaram os ladrões, telefonando para a polícia. Fontes adiantou que os detectores de metais instalados na entrada das agências, os vigilantes mais bem preparados e o pouco dinheiro nos caixas foram "fundamentais" para a diminuição dos assaltos.
As gravações feitas durante os roubos e as fotografias dos ladrões nas agências têm permitido à polícia a identificação e a prisão de muitos ladrões. Cinco assaltantes que agem no Centro Velho da cidade e em Santo André, atacando agências do Banco Itaú, estão sendo procurados. Bengala - Um dos ladrões utiliza uma bengala para entrar nas agências. Ele diz ter problemas numa das pernas e anda com a bengala. "Quando ele passa pelo detector de metais o vigilante pensa que o alarme é disparado por causa da bengala, mas, uma vez dentro da agência, o ladrão tira a arma da cintura, domina o vigilante, abre a porta para a entrada dos cúmplices e pratica o roubo", explicou o delegado de Roubo a Bancos.
Nos últimos seis meses, os ladrões atacaram diversas agências, na capital e em Santo André. Foram fotografados. As fotos estão sendo distribuídas para os vários departamentos da Polícia Civil. A Delegacia de Roubo a Bancos espera identificá-los e prendê-los. "Eles são violentos, obrigam funcionários e clientes a permanecer no chão enquanto recolhem o dinheiro dos caixas e dos cofres", informou Fontes.
O ladrão da bengala foi fotografado diversas vezes em várias agências, está sempre com óculos de sol e acompanhado pelos mesmos cúmplices. Nos roubos, os ladrões levam também os revólveres dos seguranças. O grupo que age em Santo André domina os clientes na entrada das agências e obriga os vigilantes a abrir as portas. São três ladrões acusados de ter assaltado dez agências nos últimos dois meses.
Tesoureiros e gerentes de agências bancárias na capital, Grande São Paulo e interior e suas famílias continuam sendo vítimas de sequestros.

