Nucria prende líder religioso acusado de estuprar 14 adolescentes
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terça-feira, 17 de setembro de 2019
Vitor Struck - Grupo Folha
O Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes) apresentou na tarde desta terça-feira (17) um jovem acusado de ter abusado sexualmente de 14 meninos que na época dos crimes tinham entre 12 e 16 anos.

De acordo com a delegada Livia Pini, do Nucria, todas as vítimas faziam parte da igreja cujo acusado era líder de célula religiosa há cinco anos. No entanto, os abusos não teriam ocorrido no contexto de celebrações religiosas. O jovem, que tem 23 anos e há 12 frequentava a igreja, nega todas as acusações.
“Durante o interrogatório ele confirmou a liderança, conhecer os adolescentes e indiciou que não teriam ocorrido os abusos. E apontou que não saberia dizer se eles estariam mentindo”, explicou.
Todos os jovens eram convidados pelo acusado a dormirem na casa dele uma vez que ele possuía íntimo contato com todas as famílias. No quarto do jovem, a polícia encontrou assinaturas dos adolescentes na parede.
Segundo a delegada, os abusos foram relatados por uma das vítimas a um pastor da Igreja Nova Aliança que imediatamente comunicou o Nucria.
"Nós percebemos nas oitivas que muitos destes adolescentes interpretavam aqueles atos como brincadeiras, muitos deles ali conseguiam notar um intuito sexual mas conseguiam contornar a situação. Muitos relatam que, quando perceberam isso, se afastaram, mas a grande maioria só veio a relatar o ocorrido depois que este fato veio à público que foi com uma ocorrência há cerca de dois meses aonde a vítima procurou auxilio na igreja e a igreja prontamente trouxe o caso para a delegacia", explicou a delegada.
Durante o interrogatório o jovem também deu a entender que havia sofrido algum crime de natureza sexual quando criança, o que será esclarecido pela polícia.
O jovem está preso desde a tarde de sexta-feira (13) e agora novas diligências vão ser realizadas para se apurar o cometimento de outros abusos. O Nucria deve apresentar a denúncia por crimes como estupro e importunação sexual ao Ministério Público em até dez dias.
De acordo com a advogada de defesa, Elaine Carolina Fontes, os fatos narrados não condizem com a realidade e serão esclarecidos. A advogada ressaltou que o acusado é um bom filho, não tem passagens pela polícia e possui conduta ilibada.
Em nota, a Nova Aliança afirmou que o acusado não frequentava mais a igreja.
Veja a íntegra:
"Sobre a prisão de V. B. C., ocorrida nessa sexta-feira (13/09/2019), a Igreja Nova Aliança de Londrina afirma que, assim que tomou conhecimento da existência de possíveis vítimas dos supostos abusos realizados por um ex-membro da nossa comunidade, teve a iniciativa e foi a primeira a procurar as autoridades para fazer a denúncia, a qual deu início às investigações da polícia.
Por informação das próprias autoridades policiais, casos dessa natureza devem ser mantidos em sigilo, pois correm em segredo de justiça, motivo pelo qual remetemos a elas quaisquer esclarecimentos sobre os fatos.
Continuamos à disposição das autoridades para todas as solicitações que venham colaborar com as investigações."
(Colaborou Fernanda Circhia)

