Brasília, 12 (AE) - O novo presidente da Conab, Antonio Carlos da Silveira Pinheiro, disse hoje, em seu discurso de posse, que a gestão operacional da Conab estará focada no objetivo de reduzir o custo Brasil. As principais ações nesse sentido se centrarão na redução do custo do frete e no incentivo à consolidação das novas concentrações produtivas dos corredores intermodais de exportação. O novo presidente também afirmou que pretende desenvolver estudos visando a reformulação da lei de armazenagem, que é de 1903.
A Conab também continuará investindo em armazéns estratégicos e desenvolverá esforços para apoiar a reforma tributária. Segundo Pinheiro, a reforma permite a redução da incidência de impostos em cascata, assim como a eliminação do ICMS sobre a cesta básica. Na área da gestão social, a Conab centrará seus esforços na distribuição de cestas básicas para a população de baixa renda.
Pinheiro disse também que a gestão do passivo da Conab é um dos desafios que ele terá que enfrentar. Segundo o novo presidente, é preciso contribuir com a reformulação do financiamento rural, o que já vem sendo feito em parceria com o Banco do Brasil. A mudança de um modelo baseado em recursos subsidiados para um sistema que opere com recursos da iniciativa privada, na avaliação dele, exige trocar o sistema financeiro para o mecanismos de gerenciamente dos dois riscos básicos da área rural, que são a volatidade dos preços e a quebra da safra.
O fortalecimento do mercado futuro de derivativos, com a entrada livre de investidores, inclusive internacionais, ampliará a liquidez desse mercado, disse. Com relação à quebra da safra, Pinheiro afirmou que o caminho natural será a implantação de um esquema de seguro rural privado. As seguradoras privadas poderão oferecer o seguro de produção e oferta de serviços de administração e gerenciamento de riscos para o produto.
Nesse sentido, ele disse que as ações mais urgentes passam pela incorporação ao sistema de crédito rural dos bancos privados e dos investidores institucionais, no desenvolvimento de um seguro agrícola nacional e no barateamento do seguro de perfomance (avais de bancos e seguros). O novo presidente da Conab disse também que a companhia atuará diretamente na "incerteza dos preços" recebidos pelos produtores através de três instrumentos: contratos de opção de venda, prêmio de escoamento da produção e novos instrumentos utilizando o mercado da Bolsa de Mercadorias e Futuros.
Pinheiro disse que a BM&F será um importante parceiro no redesenho da gestão financeira da Conab. Os mercados futuros da BM&F podem ser usados como importantes ferramentas de hedge, segundo ele, trazendo mais transparência às operações de comercialização. Nesse contexto, os mercados futuros devem ser entendidos de maneira integrada ao mercado físico porque fazem parte de um processo que engloba toda a cadeia agroalimentar, indo da produção primária até o consumidor final.