São Paulo, 9 (AE) - A norte-americana Brady, fabricante de etiquetas industriais e sistemas de identificação, está inaugurando hoje a duplicação de sua fábrica em Osasco. A obra é resultado de um investimento de US$ 5,5 milhões para dobrar a capacidade de produção da empresa no País. O aumento da produção vai levar o Brasil a exportar para México e Argentina, mercados hoje atendidos pela fábrica nos Estados Unidos.
Para a partir de 2003, quando maturarem os investimentos no País, a empresa projeta um crescimento nas vendas de 20% ao ano. Hoje, entre 2% e 3% dos US$ 40 milhões do lucro (99) da empresa vêm do Brasil. Em cinco anos, disse a CEO Katherine Hudson à Agência Estado, a estimativa é de que o Brasil gere, sozinho, lucro de US$30 milhões à corporação. A Brady do Brasil produz etiquetas de alta capacidade de resistência, impressoras de transferência térmica, softwares, produtos par identificação de cabos e fios, etiquetas em branco e pré-impressas.
A Brady, que faturou US$ 470 milhões no ano passado, opera em praticamente todos os países da América Latina, mas a brasileira é a única indústria da companhia na região. NO total, a companhia atua em 70 países, com fábricas em apenas 12. A empresa fornece para mais de 300 mil empresas em todo o mundo, incluindo a Boeing, a IBM, a BMW e a Lucent.
O crescimento da empresa no Brasil, onde passou a fabricar em 1998 por meio da aquisição da VEB, está parcialmente ligado ao aumento dos investimentos estrangeiros diretos. A Brady fornece para multinacionais como Nokia, Ericsson e Motorola. Além das multinacionais, Hudson afirma que o potencial de crescimento da indústria nacional e o Mercosul também são responsáveis pela expansão da empresa no Brasil. "A demanda é crescente. Os fabricantes de todas as áreas querem mais informações nas etiquetas e exigem um produto mais seguro", disse a executiva. Entre as empresas nacionais, a Brady fornece para a Natura, a Tigre, a Gradiente e a Bandeirantes Química.
O mercado nacional de etiquetas industriais (metálicas, plásticas, papel e código de barras) movimenta US$ 200 milhões ao ano, dos quais a Brady detém apenas 8 milhões. A estratégia da Brady para aumentar sua participação no mercado brasileiro é incrementar o número de funcioários no setor de vendas, oferecer soluções de acordo com as necessidades dos clientes e, sobretudo
entrar no mercado automotivo do País.
Brady está abrindo uma fábrica na China neste ano, com investimento de US$2,5 milhões, com o objetivo de atender, inicialmente, apenas o mercado chinês. Entre os planos da empresa para este ano estão o início da estratégia de aumentar as vendas pela Internet para 50% do faturamento entre três e cinco anos, além da aquisição de novas empresas.