Quando uma criança nasce, também nascem uma mãe e um pai, além de avós, tios e primos. Todo mundo se redescobre a partir do nascimento de um ser tão pequeno, vulnerável e dorminhoco. A pequena Laura Bonaldo da Silva nasceu no último domingo (6) e já trouxe um novo sentido para os pais de primeira viagem: o analista de teste Paulo Henrique Chaves da Silva, 33, e a fisioterapeuta Giseli Bonaldo da Silva, 32.

Enfrentando os desafios costumeiros de colocar uma nova vida no mundo, o casal também conheceu o amor incondicional e a certeza de que a relação com a Laurinha vai ser de muito respeito, carinho e união.

Neste domingo (13) é celebrado o Dia dos Pais e para Chaves, Laura é o maior e melhor presente que ele poderia ganhar. Juntos há mais de seis anos, ele conta que planejou com a mulher a chegada da filha. “Deus já tinha falado que algo bom estava a caminho”, afirma.

Muito religioso, Chaves conta que certo dia estava trabalhando quando “Deus disse para ele que alguma coisa boa ia acontecer”. Sem ainda saber o que o aguardava, ligou para Giseli, que respondeu com um fervoroso “amém”.

Passados alguns dias, Giseli chegou agitada em casa e dizendo que queria sair. Já desconfiando, ele foi logo tomar um banho para atender o pedido da mulher: quando saiu, foi recebido com a música preferida do casal e com uma roupinha de criança com os dizeres “papai, prepara o colinho que eu estou a caminho”. Para ele, era o início de um novo mundo.

A chegada de Laura estava prevista para o dia 7 de agosto. Dois dias antes, em um sábado tedioso que deixava o casal ainda mais ansioso, eles resolveram sair para comprar o presente do Dia dos Pais dos respectivos genitores. “Ao mesmo tempo em que eu comprava, eu já brincava e falava para todo mundo que esse ano era a minha vez”, admite. Na volta para casa, a esposa começou a chorar por conta da angústia da espera pela chegada da filha. Já com 39 semanas e 5 dias, caso a Laura não chegasse logo, eles precisariam fazer a indução do parto.

Procurando Deus para aliviar o nervosismo, eles resolveram ir para a missa: “no rito da Comunhão, eu ajoelhei e pedi para Deus olhar pela minha família”. Ao chegar em casa, Chaves falou para Giseli que eles deveriam jantar “porque vai que a Laurinha vem hoje”. E foi isso que aconteceu algumas horas depois.

Por volta das 22 horas do sábado, dia 5, a bolsa rompeu. Rapidamente, eles entraram em contato com a doula e a enfermeira obstétrica que os acompanhava desde o início e pouco depois das 23 horas já davam entrada na maternidade do Hospital Evangélico.

Em um trabalho de parto que durou pouco mais de nove horas, Laura nasceu às 9h02 do “Dia do Senhor”, como é denominado o domingo pelos católicos. Às 9h02 do dia 06 de agosto de 2023 também nasceu um pai, que Silva tem orgulho de dizer que é ele.

Como a opção da esposa foi pelo parto normal, ele conta que um dos seus maiores desejos era segurar a filha logo após ela nascer. “Eu que peguei ela e entreguei para a minha esposa para ter aquele primeiro contato. Foi muita emoção. Naquele momento você sente o que é o amor de um pai. É um amor sem tamanho”, define.

Ele não arredou o pé do hospital até que a mulher e a filha fossem liberadas, na última quarta-feira (9). O fato de a filha nascer uma semana antes do Dia dos Pais foi ainda mais especial, já que o pai estava com receio de que ela ainda não estivesse aqui na data. “Se fosse para a indução seria na segunda-feira (14), no dia seguinte ao Dia dos Pais, então graças a Deus vou poder comemorar com ela aqui, que é o meu grande presente.”

Com todas as bênçãos de poder se chamar de pai, Chaves diz que os primeiros dias vêm sendo desafiadores. “Às vezes a gente se prepara bastante para o parto, fica estudando, vendo o que pode fazer e esquece de estudar o pós [parto]”, admite.

Com o nascimento desse pai, também nascem as preocupações da vida “lá fora”, admitindo que agora consegue entender melhor a preocupação que os próprios pais tinham e o sentido do amor incondicional.

“Eu conversava com ela ainda dentro da barriga e agora ela está aqui do lado de fora e eu continuo conversando mesmo ela ainda não entendendo. É um amor que eu não consigo mais imaginar como vivi todo esse tempo sem ela”, destaca.

A reunião para comemorar o Dia dos Pais deste ano vai ser na casa da família que acaba de crescer, tanto em tamanho quanto em amor e união. E Chaves não vê a hora de receber aquele abraço e ouvir a frase: “Feliz Dias dos Pais”.