O delegado Edgard Soriani tomou depoimentos de mais duas testemunhas nesta terça-feira (25) no inquérito aberto para apurar um acidente envolvendo o condutor de uma caminhonete Amarok que atropelou um motociclista e arrastou a moto na avenida Ayrton Senna, na Gleba Palhano (zona sul), na noite de sexta-feira (21).

De acordo com Soriani, o empresário Janildo de Assis Júnior poderá responder por tentativa de homicídio por conta do incidente ocorrido após uma briga de trânsito. "Não estamos diante de um acidente de trânsito, mas de um crime comum, onde o veículo foi usado como instrumento para a prática do delito", afirmou o delegado, em coletiva de imprensa na sede da Delegacia de Trânsito de Londrina.

Soriani explicou que a testemunha ouvida dirigia perto do local e afirmou não se tratar de um acidente comum. "A testemunha alega que o motorista da caminhonete chegou em alta velocidade, cortando o trânsito e tentando avançar o sinal. Após isso virou uma discussão acalorada entre o condutor da caminhonete e o motociclista. Quando abriu o sinal, o motorista teria jogado o carro para cima da moto e intencionalmente causado a colisão. Ele usou o seu veículo como instrumento da prática do crime. Pelos dois depoimentos que temos não é um acidente de trânsito por imperícia ou imprudência. Neste caso ele usou o seu veiculo com uma arma para machucar e até tentar matar a vítimas que estava na moto", disse.

A vítima é o motociclista e produtor cultural Wilton Mitsuo Miwa, que seguia internado em estado grave no Hospital Evangélico. O advogado do motociclista esteve informalmente na Delegacia de Trânsito. O delegado ainda não intimou Janildo de Assis, que era o condutor da Amarok, que deverá ainda prestar depoimento. "O advogado dele ficou de vir à delegacia para agendar esse depoimento. Caso ele não compareça, nesta quarta-feira (26) será agendada uma data para ouvir esses esclarecimentos."

Procurado pela FOLHA, o advogado do investigado, o criminalista Walter Bittar, informou que só irá se manifestar nos autos do inquérito.

EMBRIAGUEZ

Com o depoimento do policial militar ouvido nesta terça-feira (25), o delegado diz que fica indefinido, por enquanto, o agravante de embriaguez ao volante. Segundo Soriani, a ideia era entender por que esse delito não constou no boletim de ocorrência. "Foi constatado odor etílico, mas no termo, quando houve a recusa do bafômetro, precisaria de outras provas", disse o delegado, que lembrou que uma garrafa de cerveja foi encontrada dentro da caminhonete. O delegado de plantão não pôde confirmar o uso de álcool ao volante no inquérito, mesmo porque o empresário foi espancando e estava em atendimento pelo Corpo de Bombeiros".

Após fugir pela avenida Ayrton Senna a moto ficou enroscada e foi arrastada pela caminhonete por quase dois quilômetros. Outros motociclistas que passavam pelo local presenciaram a situação e foram atrás empresário, que foi contido e até agredido pelo grupo.

Além dos depoimentos, a Policia Civil teve acesso a nova imagem de uma galeria comercial próxima ao local do acidente, mas que não trouxe outros detalhes além das imagens que já circularam nos meio de comunicação. Por isso, o delegado já emitiu um ofício solicitando acesso às câmeras de trânsito para a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) e a Guarda Municipal.

O delegado apurou que o empresário investigado já se envolveu em outro acidente de trânsito numa rodovia em 2012, que resultou na morte de uma pessoa. "O inquérito, porém, foi arquivado em 2018 sem constatação de culpa do investigado."

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