Os cinco passageiros mortos anteontem no acidente com o avião PTY EE são de famílias tradicionais de Maringá que esperam para hoje à tarde a chegada dos corpos. O velório será realizado na Câmara Municipal. O dentista Laurindo Furquim, de Maringá, fazia ontem via Internet para o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo, o reconhecimento da arcada dentária dos ocupantes da aeronave. Os corpos ficaram destroçados pelo acidente. Entre as vítimas estava o empresário Silvio Name Junior, 33 anos, que este ano foi candidato a prefeito de Maringá. Um dos dois pilotos mortos, José Transpadini, 49, será velado hoje em São Paulo.
No acidente morreram o empresário do ramo frigorífico, Márcio Lerro Ribeiro, 57, e os filhos dele Márcio Lerro Ribeiro Neto, 27, e Gabriela Ribeiro, 29. Márcio Ribeiro era sogro de Name Junior. O marido de Gabriela, João Isidoro Andrade, 51, também foi uma das vítimas. As famílias tinham participado, no sábado, em São Paulo, do sepultamento do filho de João Isidoro, Sérgio Ricardo de Andrade, 32, morto durante um assalto ocorrido na sexta-feira, em uma casa de carnes de sua propriedade.
Os tripulantes mortos são José Traspadini e Geraldo Antonio da Silva, 41. Traspadini tinha 27 anos de profissão, sendo 20 deles dedicados à J.Caetano Agropecuária, proprietária da aeronave. Márcio Ribeiro era sócio de Jorge Caetano no Frigorífico Naviraí, um dos mais tradicionais de Maringá. Traspadini era conhecido entre o pessoal da aviação como ‘‘Terra Rica’’ e era considerado um piloto experiente. O co-piloto Silva, conhecido como ‘‘Santos Silva’’ tinha 11 anos de aviação.
Logo após a divulgação do acidente em São Paulo, as linhas telefônicas do Aeroporto de Maringá ficaram congestionadas por familiares e amigos em busca de informações. O pai de Name Junior, Silvio Name foi para São Paulo ainda na noite de sábado e retornou ontem à tarde para Maringá. Abatido, ele esteve todo momento acompanhado de um médico da família. Silvio Name teria inclusive pedido o exame de DNA nos corpos.
Name Júnior teve a sua primeira participação na política este ano quando foi candidato a prefeito de Maringá pelo PMDB. Ele obteve pouco mais de 11 mil votos, conquistados na base da propaganda, porque segundo o próprio Name Júnior, era necessário muita mídia para vender um nome novo na política de Maringá. Mas ele ficou em quinto lugar. Durante a campanha foi o candidato que mais investiu e chegou a trazer nomes famosos da música popular, como o conjunto Karametade, a dupla Rio Negro e Solimões, além do cantor Daniel, para a animação dos comícios.
Também foi o único político que questionou publicamente o prefeito afastado Jairo Gianoto (sem partido), na ocasião candidato a reeleição pelo PSDB, sobre os gastos excessivos do ex-secretário de Fazenda, Luis Antônio Paolicchi. Quando optou em ser candidato pelo PMDB, Name Junior provocou um racha no partido que queria nomes mais ‘‘antigos’’ como o do ex-prefeito Said Ferreira. Ele acabou conquistando a simpatia do senador Roberto Requião (PMDB) que considerava Name Junior ‘‘o oxigênio’’ para o PMDB local. Há algumas semanas, no entanto, Name Junior pediu a desfiliação do PMDB, porque dizia para assessores próximos que precisava estar em um ‘‘partido mais de esquerda’’. Name Junior deixou a mulher, Márcia Ribeiro, e a filha Samira, de 3 anos.