Com a correria do dia a dia, recarregar a energia é fundamental, ainda mais em contato com a natureza e com a oportunidade de levar para casa frutas, verduras, legumes e outros tantos produtos de qualidade, artesanais e orgânicos. É com esse intuito que a Parada do Limoeiro nasceu há um ano e, agora, celebrando seu aniversário, colhe os frutos com uma clientela fiel.

Idealizadora do projeto, a cabeleireira Nilza Giroto, 61, explica que a Parada do Limoeiro é a materialização de um sonho pessoal que foi compartilhado entre as amigas e sócias: Amélia Torigoe, Kelly Nagahara e Rafaela Molter. Durante a pandemia, ela começou a vender queijos de porta em porta.

Rafaela Molter, Amélia Torigoe, Nilza Giroto e Kelly Nagahara: as idealizadoras da Parada do Limoeiro
Rafaela Molter, Amélia Torigoe, Nilza Giroto e Kelly Nagahara: as idealizadoras da Parada do Limoeiro | Foto: Jéssica Sabbadini

Entre as idas e vindas, sempre ficou encantada com aquele espaço às margens da Estrada do Limoeiro, então resolveu falar com o proprietário e colocar em prática o desejo de fazer uma feira do produtor. “Do limão fiz uma limonada e da pandemia fiz um delicioso suco, que é a Parada do Limoeiro”, destaca, ressaltando a união das quatro sócias.

Segundo a cabeleireira, o projeto é uma forma de dar visibilidade aos pequenos produtores da região, que cultivam os mais variados tipos de frutas, verduras e legumes e que, por vezes, têm dificuldade de participar de outras feiras na cidade.

Além dos produtos colhidos da terra, a Parada do Limoeiro também reúne artesanato, pães, doces, cafés, compotas, embutidos e outros tantos itens. Hoje, já são 40 expositores, sendo que a única exigência é que os produtos sejam orgânicos ou artesanais. Além disso, os visitantes podem aproveitar para comer comidas orientais, massas, chopes e drinks feitos na hora.

Frutas e verduras orgânicas estão na Parada do Limoeiro que reúne produtores que, às vezes, têm dificuldades para participar de outras feiras da cidade
Frutas e verduras orgânicas estão na Parada do Limoeiro que reúne produtores que, às vezes, têm dificuldades para participar de outras feiras da cidade | Foto: Jessica Sabbadini

CORAGEM E UMA PITADA DE LOUCURA

Para Giroto, o agradecimento especial neste aniversário de um ano vai para os clientes, fieis e sempre parceiros, já que sem eles nada teria saído do papel, assim como os expositores, que sonharam junto com ela. “A gente vem construindo o projeto dia após dia e esperamos seguir por muito anos”, afirma.

Enfrentando muito barro e muita goteira no início, ela garante que ainda tem muita coisa para melhorar, mas que aos poucos o espaço vem ganhando a personalidade que representa a Parada do Limoeiro: uma união de forças e ideias. Giroto afirma que sempre soube que o projeto daria certo, já que a soma da coragem e de uma pitada de loucura resulta em coisa boa. “Eu não tenho medo de sonhar, de acreditar e de colocar os meus sonhos em prática”, frisa.

Nilza Giroto afirma que Londrina carece de espaços como esse e, se pudesse, levaria a Parada do Limoeiro para todos os cantos da cidade. Em andamento, ela adianta que um calendário de eventos já está sendo desenvolvido e deve ser divulgado em breve, além de que todos os visitantes podem prestigiar o projeto todos os domingos, das 8h às 13h, no quilômetro 7 da Estrada do Limoeiro. Os patrocinadores que quiserem levar o nome para a feira também são bem-vindos.

ENCONTRO DE PRODUTORES E CONSUMIDORES

Edson Salton, 45, é produtor de uvas e, na feira, comercializa a fruta in natura, assim como sucos e outros itens artesanais, como uma bolacha caseira produzida pela esposa. Ele, que está desde o início na Parada do Limoeiro, garante que o movimento de clientes vem crescendo semana após semana, o que traz uma visibilidade muito boa para a marca e para os negócios. “O pessoal gosta bastante porque tem uma variedade grande de produtos”, destaca, complementando que a música ao vivo também é algo que atrai a clientela.

Edson Salton: produtor de uvas também leva à feira as bolachas artesanais feitas pela esposa
Edson Salton: produtor de uvas também leva à feira as bolachas artesanais feitas pela esposa | Foto: Jessica Sabbadini

O empresário Sergio Onishi, 67, já pode dizer que é figura carimbada. Certa vez, ele e um grupo de amigos motociclistas resolveram conhecer a Parada do Limoeiro pela primeira vez e, desde então, sempre vão até o local para aproveitar o bolinho de carne de sol e as frutas fresquinhas. “É um lugar que a gente fica à vontade”, afirma. Depois de encontrar uma mesa, a conversa vai longe. Segundo ele, cada vez mais as pessoas estão em busca de um contato com a natureza, ainda que dentro da cidade, o que serve como um momento de lazer e de descontração em meio a selva de pedra.

Sergio Onishi: "figura carimbada" na Parada do Limoeiro,  aprecia o bolinho de carne e as frutas fresquinhas
Sergio Onishi: "figura carimbada" na Parada do Limoeiro, aprecia o bolinho de carne e as frutas fresquinhas | Foto: Jessica Sabbadini

O professor Gleiton Lima, 57, explica que essa é a primeira vez que ele vai na feira, sendo que a impressão inicial foi muito boa, já que o local é amplo e conta com um estacionamento com muitas vagas. Segundo ele, os produtos comercializados são muito bons, além do artesanato, que enriquece o lugar. Lima garante que a cidade precisa de espaços como esse, assim como de muitos outros, para que possa voltar a perceber suas potencialidades e ultrapassar a barreira do ostracismo. “Nós temos muito potencial adormecido”, afirma, exemplificando a época dos grandes festivais artísticos e culturais.

O professor Gliton Lima foi pela primeira vez à Parada do Limoeiro neste domingo e quer mais espaços como esse
O professor Gliton Lima foi pela primeira vez à Parada do Limoeiro neste domingo e quer mais espaços como esse | Foto: Jéssica Sabbadini

Há pouco mais de um ano em Londrina, a baiana Giliane Guimarães foi até a Parada do Limoeiro pela segunda vez, sendo que a primeira foi logo quando a família chegou na cidade, já que estavam em busca de um lugar tranquilo e que traga a experiência de um contato com a natureza. Para ela, o clima rural e familiar é o que atrai, ainda mais pela liberdade de poder deixar os filhos à vontade.

A baiana Giliane Guimarães com o filho: ela  aprecia o clima rural e familiar da feira
A baiana Giliane Guimarães com o filho: ela aprecia o clima rural e familiar da feira | Foto: Jessica Sabbadini
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