Barcelona - O Congresso Global de Mulheres, que vem sendo chamado de o ''Davos das Mulheres'', foi aberto ontem no Palácio da Música, de Barcelona, com a participação de 600 delegadas, com o objetivo de denunciar, entre outras situações, a ausência do sexo feminino dos postos de direção do mundo empresarial.
O encontro surgiu da necessidade de aumentar as oportunidades de negócios para as mulheres empresárias, com atenção especial ao mercado europeu. Estão representados 76 países.
Durante a Conferência, que estará sendo realizada até sábado, a ministra da Educação da Costa Rica e ex-primeira-ministra do país, Astrid Fishel, lembrou que em seu país, ''onde não há exército e onde se investe muito no capital humano'', as mulheres ocupam 35% das vagas no Parlamento e que 40% dos integrantes das câmaras municipais são mulheres, que também participam do governo nacional, com 43% de representantes.
A ex-vice-presidente do Afeganistão, Sima Samar, que preside atualmente a Comissão de Direitos Humanos do Afeganistão organismo independente do governo afegão denunciou os 23 anos de guerra no país ''que destruíram qualquer vestígio de normalidade''. Segundo ela, as mulheres afegãs ficaram com a pior parte dessa contenda.
Na opinião de Samar, para melhorar a situação pela qual passa seu país é necessário contar com ''segurança, porque ainda não temos lei nem ordem'' pelo que pediu a solidaridade internacional para ''com as mulheres afegãs''.
O perfil das participantes da Conferência é formado por mulheres possuidoras de empresas de pequeno médio e grande porte, com interesse em se estabelecer em outros mercados. Também participam profissionais de vários setores e líderes governamentais.
A Coordenadoria Feminista, que reúne diferentes organizações feministas catalãs, criticou o encontro por considerar que ''não questiona a economia de mercado nem as desigualdades que a sustentam'' com as participantes procurando ''tornar-se fortes num sistema econômico que, por definição, exclui as mulheres''.