Apenas 5% dos 399 municípios paranaenses são administrados por mulheres, o que significa que só 19 prefeitas (das 53 que se candidataram) foram eleitas em outubro do ano passado. Quando o assunto é Câmara de Vereadores, o percentual sobe: elas são responsáveis por 410 cadeiras do Legislativo, de um total de 4.007 – cerca de 10%, que está dentro da média nacional. O quadro político feminino no Estado também inclui duas deputadas (de um total de 55 da Assembléia Legislativa) e a vice-governadora Emilia Belinati (PTB).
Os números da participação feminina na política paranaense são considerados tímidos, e o quadro praticamente não mudou, se comparado às eleições de 1996. ‘‘Ainda somos um grão de areia na praia da vida pública’’, filosofa a vereadora londrinense Elza Correia (PMDB).
Na opinião da deputada estadual Luciana Rafagnin (PT), as mulheres ainda se assustam quando se fala em participação na vida pública. ‘‘A mulheres vêm conquistando o espaço delas, mas elas precisam desafiar mais e participar da política’’, ressalta. ‘‘Acredito que este dia não está longe.’’
Luciana Rafagnin foi vereadora em Francisco Beltrão por dois mandatos e no ano passado disputou a Prefeitura, ficando na segunda colocação. Ela passou a ocupar uma cadeira na Assembléia Legislativa no início deste ano, no lugar de Péricles Holleben de Melo (PT), eleito prefeito de Ponta Grossa. Outra mulher na assembléia é Serafina Carrilho (PL).
Apesar do crescimento praticamente inexpressivo, é possível observar mudanças em Câmaras de Vereadores de vários municípios. Em Londrina, por exemplo, pela primeira vez na história, três mulheres foram eleitas vereadoras. Além de Elza Correia, Márcia Lopes (PT) e Sandra Graça (PSB) ocupam vagas no Legislativo. As Câmaras de Ibaiti, Quatiguá e Arapongas também apresentam bancadas femininas representativas, com quatro vereadoras cada.