Mudança de profissão
PUBLICAÇÃO
sábado, 24 de agosto de 2019
Vitor Ogawa - Grupo Folha
Há pessoas que mudaram radicalmente suas vidas ao optar trabalhar em feiras livres. Uma delas é Terezinha Máximo Oliveira, que era doméstica e está na feira desde 1971. Do alto de seus 80 anos, ela esbanja disposição e destaca que tudo o que conquistou foi graças a essa atividade. “Tenho casa, duas propriedades e duas Kombis para trabalhar. Eu acordo às 3h30 e chego aqui às 4 horas. A gente já acostumou a acordar cedo, não é ruim não. Nos dias de chuva é a mesma coisa. Eu venho trabalhar, mas é mais sacrificado, pois a gente trabalha mais e ganha menos”, expõe.

Na hora da xepa, quando as barracas começam a ser desmontadas, Oliveira classifica os produtos conforme a sua qualidade. É a hora em que algumas pessoas, sem condições de pagar pela mercadoria, pedem doações. Uma delas acabou ganhando tomates em frente à equipe de reportagem, mas não quis se identificar. É nessa hora que Oliveira mostra a sua solidariedade. "Esses tomates eles usam para fazer molho", destaca.
Sebastião Moraes Costa, 61, também mudou de profissão para trabalhar na feira vendendo café moído na hora. “ Eu viajava trabalhando com representação comercial. Achei o café interessante, acabei gostando e já estou trabalhando com café há 33 anos”, destaca. Ele ressalta que a maior satisfação é obter o seu sustento pelos produtos que vende. “É trabalhoso e difícil acordar de madrugada, mas é um trabalho bem rico. Aqui a gente tem cliente de todo tipo, de todo nível”, observa.
Costa explica que, embora muitas pessoas sejam atraídas pelo cheiro do café, o que mais cativa seus clientes é a qualidade do produto. “Como é moído na hora, todo mundo confia. Tem pessoas que vêm de fora, de outro país, e levam esse café. O segredo é que adquiro tudo direto do produtor”, ressalta.

