Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, no último sábado, a Fazenda Marília, localizada no distrito de Lerroville, na zona rural de Londrina. O local é de propriedade da família do ex-deputado José Janene, um dos réus do processo do mensalão. O ex-líder do PP, que morreu em 2010 com 55 anos, vítima de um infarto, foi acusado de envolvimento no esquema para compra de apoio político de deputados no primeiro mandato do ex-presidente Lula, mas faleceu antes do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Nos cinco primeiros dias, algumas barracas foram montadas no acampamento, mas pequenos casebres ainda estavam sendo levantados ontem com suporte de madeira.
Segundo o líder do acampamento, José Damasceno, o local foi ocupado por 550 famílias por causa do histórico de corrupção do ex-deputado, que teria adquirido outras dez propriedades, além da Fazenda Marília, entre 2003 e 2004. "Solicitamos ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) que entre em contato com a Justiça Federal para a aquisição das propriedades bloqueadas para novos assentamentos de trabalhadores rurais", afirmou.

MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina
MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina MST ocupa fazenda da família Janene em Londrina


Além disso, Damasceno lembrou que as famílias acampadas ocuparam, entre o fim de agosto e início de outubro, a Fazenda Figueira, no distrito de Paiquerê, também na zona rural de Londrina. Após mais de 50 dias, o movimento deixou a fazenda experimental da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) depois que o Incra confirmou a produtividade das terras utilizadas em pesquisas. "Antes disso foi firmado pelo Ministério Público um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre representantes do MST, município, Estado e Incra para que as áreas fossem adquiridas e desapropriadas para assentamentos em Londrina, mas até agora não recebemos nenhuma resposta", criticou. Outras 350 famílias que saíram da Fazenda Figueira permanecem no acampamento da Fazenda Água Branca em Tamarana.
Ele ainda afirmou que a proximidade da fazenda da família Janene com os assentamentos Eli Vive I e II - com 489 famílias - também motivou a ocupação da propriedade em Lerroville. "O povoamento e a integração entre os trabalhadores são importantes para a agricultura familiar e até para economia do distrito", opinou. De acordo com a integrante do MST Roseli Aparecida Pires, o movimento não encontrou nenhuma produção no local e manteve o gado separado no pasto. "Apenas o caseiro ficou no local e está comendo e morando junto com as pessoas acampadas", acrescentou.
A FOLHA não conseguiu contato com o escritório do Incra para confirmar se existe interesse na área ou processo de desapropriação para assentamentos na região.