Manifestante durante protesto na praça de pedágio da BR-369, em Jataizinho
Manifestante durante protesto na praça de pedágio da BR-369, em Jataizinho | Foto: Saulo Ohara



Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) fizeram manifestação, com liberação de cancelas e bloqueios, em seis praças de pedágio do Paraná, nesta terça-feira (17). A ação foi organizada para lembrar o "Dia de Luta pela Terra", quando 19 sem-terra foram mortos, em 1996, em Eldorado dos Carajás, no Pará. Além disso, eles também reivindicaram a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso há pouco mais de uma semana na sede da PF (Polícia Federal), em Curitiba.

Na região de Londrina, foram ocupadas as praças de pedágio de Jataizinho e Jacarezinho. Todas foram tomadas pelos manifestantes durante a manhã. Eles deixaram os locais durante a tarde. A de Jacarezinho foi a última a ser desocupada. De acordo com o membro da coordenação estadual do grupo, José Damasceno de Oliveira, pelo menos 60 militantes estiveram agrupados em cada manifestação no Norte. "São duas pautas importantíssimas para o nosso movimento. Estamos mobilizados de forma contínua na capital paranaense", justificou. Houve bloqueio na PR-170, em Porecatu.

Nas outras regiões do Estado, foram pontos de manifestações os pedágios de Ortigueira (Campos Gerais), São Miguel do Iguaçu (Oeste), Cascavel (Oeste) e Campo Mourão (Centro-Oeste). Nestes locais, mais de 400 pessoas participaram do ato. Em alguns casos, motoristas foram impedidos de seguir pela rodovia, como na BR-277, em que os condutores que iam para Foz do Iguaçu não puderam atravessar as cancelas.

De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o acompanhamento aconteceu durante todo o dia e não foi registrada nenhuma situação de confronto ou confusões em todas as manifestações. Não foi preciso intervenção para que houvesse desocupação das rodovias e pedágios.

Fazenda de Maroni
Integrantes do MST invadiram nesta terça-feira (17) uma fazenda do empresário Oscar Maroni, dono do Bahamas Hotel Club, no município de Araçatuba (552 km de São Paulo). Segundo os organizadores, cerca de 300 militantes participam da manifestação e pregam "reforma agrária nas terras dos golpistas". No início do mês, Maroni distribuiu 9.000 latas de cerveja em frente ao Bahamas Club em comemoração ao decreto de prisão do ex-presidente Lula.

Também nesta terça, cerca de 250 militantes invadiram a sede da TV Bahia, afiliada da Rede Globo no Estado. Os militantes chegaram por volta das 5h e entraram na área do estacionamento da emissora. Inicialmente, houve piquete e os funcionários foram impedidos de entrar e sair da empresa. "Nosso objetivo não é causar dano. E denunciar o golpe contra a democracia e as empresas que o apoiaram", afirma Sebastião Lopes, membro da diretoria do MST na Bahia.

Além da sede da afiliada da Globo, os manifestantes também fizeram invasões de terra nas cidades de Santo Amaro, Recôncavo Baiano, e Eunápolis, extremo-sul do estado. Procurada, a Rede Globo ainda não se manifestou. (Com Folhapress)