Os promotores Renato de Lima Castro e Ricardo Benvenhu, do Gepatria (Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa), instauraram um inquérito para apurar a conduta de um policial civil supostamente envolvido em um esquema de fabricação e venda de anabolizantes em academias de Londrina, o que motivou a Operação Bomba, deflagrada no final de maio pela Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos).

Imagem ilustrativa da imagem Ministério Público investiga policial civil suspeito de vender anabolizantes em Londrina
| Foto: Arquivo FOLHA

O documento que abriu a investigação no Ministério Público diz apenas que o objetivo é verificar "possíveis ilicitudes perpetradas no exercício de seu cargo público junto à Polícia Civil do Estado do Paraná". A reportagem apurou que o alvo não é apenas o comércio irregular dos produtos, mas também outras eventuais irregularidades cometidas pelo investigador, que foi afastado do cargo e está sendo monitorado por uma tornozeleira eletrônica.

Procurados pela FOLHA, os promotores não quiseram dar entrevista sobre o caso. O advogado Flávio Jesuíno da Silva Peixoto, que defende o agente, não vai se manifestar neste momento porque não sabia do inquérito.

Processo criminal

De acordo com a polícia, um agente penitenciário seria integrante da organização criminosa, que seria composto por 15 pessoas ao todo. Ele e o policial civil não chegaram a ser presos. No total, 14 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em academias e apartamentos. Além dos anabolizantes, os investigadores apreenderam documentos e três carros.

O caso começou a ser investigado pela Denarc em 2019, quando um laboratório clandestino foi descoberto na avenida São João, zona leste da cidade. Um rapaz foi detido na época e continua até hoje atrás das grades. Ele também teria envolvimento no esquema desmantelado neste ano. Segundo a promotora Luciana Esteves, o policial e o agente prisional "gerenciavam a contabilidade, divulgação dos produtos e expansão das vendas por meio de fisiculturistas e proprietários de academias de musculação na cidade".

O juiz da 5ª Vara Criminal, João Henrique Coelho Ortolano, aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou os integrantes do grupo em réus no processo. Na sequência, o magistrado deve marcar as audiências para ouvir testemunhas de defesa e acusação, além dos próprios investigados.