Imagem ilustrativa da imagem MP processa servidor que liberou viagem para jogo de futebol com micro-ônibus da prefeitura
| Foto: Guilherme Rigon/Rádio Rainha de Cornélio Procópio

O Ministério Público de Cornélio Procópio (Norte Pioneiro) pediu que a Justiça condene um servidor municipal que autorizou o uso de um micro-ônibus da prefeitura para transportar torcedores do PSTC, time da cidade, até Rolândia, onde a equipe disputou uma partida válida pela segunda divisão do Campeonato Paranaense. A viagem aconteceu no dia 1º de junho de 2019, um sábado. No retorno, perto de Jataizinho, o veículo se envolveu em um acidente com outro carro que seguia no sentido contrário pela BR-369.

Imagem ilustrativa da imagem MP processa servidor que liberou viagem para jogo de futebol com micro-ônibus da prefeitura
| Foto: Guilherme Rigon/Rádio Rainha de Cornélio Procópio

Das 20 pessoas que viajavam, ninguém se feriu. Apenas o outro condutor e duas crianças tiveram ferimentos leves e precisaram de atendimento. O coletivo é de 2005 e pertence à Secretaria de Saúde de Cornélio. De acordo com o promotor Erinton Cristiano Dalmaso, o funcionário deve responder por improbidade administrativa, quando um agente público comete um ato ilegal. Segundo a ação, ele tem cargo no Departamento de Urbanismo e administra a garagem onde ficam os automóveis oficiais.

A FOLHA falou por telefone com o servidor, que não quis se manifestar. Ao apresentar a acusação à Justiça, o Ministério Público incluiu o interrogatório dele prestado durante as investigações. "Errei mesmo. Achei que não tinha problema. No dia, não havia escala para liberação do veículo, como sempre acontece. Pensei que alguém tivesse esquecido e por isso liberei. Ele seria mandado para a Fundação de Esportes (FECOP) porque é muito velho".

Em outro trecho, diz que "torce para o PSTC" e que foi "procurado por pessoas que pediram para usar o veículo". Conforme a versão apresentada ao promotor, ele informou os outros torcedores que "precisava pedir a liberação, mas não conseguiu falar com ninguém. Liguei para uns quatro motoristas, mas nenhum atendeu". O funcionário público garantiu que nenhum dirigente do time solicitou o transporte.

A secretária de Saúde de Cornélio, Angélica Carvalho Olchaneski, que também é vice-prefeita, depôs no mesmo procedimento. De acordo com a declaração presente na ação do Ministério Público, ela informou que "não recebeu nenhum telefonema e que o próprio servidor acionou o motorista, assumindo todas as responsabilidades". A reportagem tentou falar com Olchaneski, que não atendeu as ligações.

O homem foi punido ainda em um processo administrativo disciplinar aberto pela prefeitura. Ele ficou um mês sem salário e teve que pagar os danos provocados pelo acidente. O conserto custou mais de R$ 12 mil. A FOLHA não obteve a informação se o valor já foi pago. Além da condenação por improbidade, o promotor quer o ressarcimento integral do estrago. A juíza Thaís Terumi Oto, da Vara da Fazenda Pública de Cornélio Procópio, deu 15 dias para que o acusado se manifeste, que ainda não constituiu defesa no processo.