O Ministério Público de Nova Fátima, no Norte Pioneiro, está apurando a suposta perda de 73 vacinas contra a Covid-19 que estavam armazenadas na única geladeira disponível no município para guardar os imunizantes. O caso veio à tona na semana passada, quando duas servidoras da Secretaria de Saúde identificaram uma falha técnica no equipamento que teria funcionado acima da temperatura ideal, entre 2º C e 8º C.

Imagem ilustrativa da imagem MP investiga possível perda de vacinas contra a Covid-19 em Nova Fátima
| Foto: Michael Dantas

A investigação acontece em um procedimento administrativo já em andamento no MP, instaurado para acompanhar a vacinação na cidade. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, "a prefeitura encaminhou resposta comunicando que o Ministério da Saúde informou que não era para descartar as doses que ficaram pouco período sem refrigeração, uma vez que haveria estudos de que não teria o comprometimento da vacina".

Segundo a nota enviada à reportagem, "o governo federal disse que seria necessário aguardar novas determinações com relação às vacinas. Portanto, o procedimento está em andamento e aguardando novas informações do Ministério da Saúde". A FOLHA pediu a cópia da apuração da Promotoria, mas o MP informou que "não seria possível enviar porque há a relação de pessoas que tomaram a vacina, necessária para o acompanhamento quanto ao atendimento aos critérios de prioridade, o que poderia violar a intimidade destas pessoas", diz a manifestação.

O estoque que pode ter sido perdido é da Coronavac e estava em um lote com outras 594 doses. Conforme mostrado pelo repórter Vitor Struck, a geladeira foi adquirida pela Prefeitura de Nova Fátima há cinco anos e nunca teria apresentado nenhuma pane. O fabricante disse que o refrigerador pode funcionar até 12 horas diante de uma queda de energia.

E a vacinação?

Procurada, a Secretaria de Saúde confirmou que a vacinação contra o coronavírus continua interrompida. O boletim divulgado na tarde desta segunda-feira (22) mostra que duas pessoas morreram por causa da doença. Outras 161 tiveram o diagnóstico positivo, 138 curadas, 21 estão com o vírus ativo e seis aguardam resultado de exames.