Imagem ilustrativa da imagem Movimento pede que médico acusado de assédio seja responsabilizado
| Foto: Pixabay

Os supostos crimes cometidos pelo tenente-coronel médico Fernando Dias Lima, mais conhecido como o “Doutor Bacana”, bem como o resultado do seu julgamento na Justiça Militar, foram alvos de um debate na Câmara Municipal de Londrina, na manhã desta quarta-feira (29). A iniciativa foi da vereadora Lu Oliveira (PL), que convidou integrantes de um movimento que vem coletando assinaturas e pedindo ao Tribunal de Justiça do Paraná que reforme a sentença proferida pelo Conselho Especial de Justiça Militar, em junho deste ano. Embora os fatos relatados por 45 mulheres vítimas de crimes sexuais tenham sido considerados verdadeiros, a Justiça Militar deixou de responsabilizá-lo criminalmente. A alegação foi de que a Promotoria teria cometido um erro técnico ao fazer a denúncia.

Conforme informações da Rádio CBN Londrina, a cabo Scheila Pilarski, uma de suas vítimas, relembrou que muitas mulheres tiveram receio em denunciar os crimes. Entretanto, tomaram coragem após perceberem que outras vítimas estavam procurando a Justiça. Já a coronel Rita Aparecida de Oliveira, diretora da Associação da Vila Militar, lembrou que o órgão que decidiu absolver o médico das acusações é formado por um juiz e quatro coronéis da Polícia Militar.

O caso foi abordado por veículos de imprensa de todo o País. Fernando Dias Lima foi acusado de atentado ao pudor e assédio sexual por 45 mulheres, dentre militares estaduais (recrutas, soldados, cabos, sargentos e oficial) e civis (esposas de policiais militares), no período entre 2011 e 2018. Todas as informações foram formalizadas em uma denúncia apresentada pela 1ª Promotoria da Vara de Auditoria Militar. Entretanto, as acusações foram desconsideradas pelo juiz que assinou a sentença. Isso porque, de acordo como Código Penal Militar, o crime de atentado violento ao puder prevê violência física ou grave ameaça, o que não ocorreu segundo as provas e depoimentos anexados ao processo.

Desde que a sentença foi publicada, o movimento “Assédio não é bacana, assédio é crime” vem coletando assinaturas e pedindo que o Tribunal de Justiça reforme a decisão.

“Apesar de reconhecer a veracidade dos fatos, a sentença deixou de responsabilizar exemplarmente o agressor pelo constrangimento e pela ofensa à dignidade das mulheres. A impunidade destoa do atual contexto em que a sociedade brasileira se une em prol do respeito aos direitos das mulheres contra todas as formas de violência. Além disso, é sentida como espécie de mordaça”, divulgou o movimento, após também mencionar que o caso ganhou repercussão midiática pelo fato de o denunciado reunir três condições de poder. “Oficial superior, médico e político”, elencou.

A reportagem tentou localizar a defesa de Dias Lima, porém, sem sucesso até o fechamento desta edição. À Rádio CBN Londrina, o advogado Zilmo Girotto disse que o seu cliente foi vítima de uma "armação".

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