Movimento foi retomado ontem cedo em Cascavel
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terça-feira, 28 de março de 2000
Movimento foi retomado
ontem cedo em Cascavel
De Cascavel
Depois do primeiro dia com desmobilização já na metade da tarde, o protesto de caminhoneiros em Cascavel foi reiniciado ontem cedo com muito mais intensidade e sem previsão de ser suspenso. A decisão pela retomada da mobilização foi tomada na noite de anteontem com a presença de dirigentes de entidades da categoria.
O presidente da Associação dos Caminhoneiros de Cascavel e Região, Jeová Pereira, disse que a falta de liderança no primeiro dia criou muita confusão porque os participantes do protesto agiram cada um de sua maneira, inclusive barrando cargas perecíveis. Ontem só foi liberada a passagem de ônibus, caminhões com perecíveis e automóveis. Os motoristas dos carros geralmente manifestavam apoio ao passar.
Empresas distribuidoras de combustíveis procuraram evitar o deslocamento de seus caminhões pela região, mas alguns foram barrados. O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis de Cascavel, Rosalvo Tavares, disse que hoje deve começar a faltar combustível em alguns postos. Se o bloqueio continuar até o final da semana, o governo inevitavelmente terá que intervir porque o desabastecimento, com certeza, será geral, disse Tavares, manifestando, porém, apoio à contestação ao valor do pedágio.
Jeová Pereira lembrou que entre Foz do Iguaçu e Paranaguá, o custo do óleo diesel para um caminhão médio é de aproximadamente R$ 256,00, enquanto o do pedágio, em todas as praças existentes na BR-277, é de R$ 209,00. Dá para ver o absurdo instalado, comentou.
Jeová explicou que os caminhoneiros não bloquearam a única praça de pedágio existente em Cascavel porque, concentrados no trevo das BRs 277, 369 e 467, comprometem o transporte para Curitiba, Paranaguá, Norte do Estado e Centro-Oeste brasileiro, enquanto na praça isso ocorreria apenas em relação a Curitiba/Paranaguá. (Paulo Pegoraro)