Os motoristas por aplicativo 99 e Uber realizaram um protesto na tarde desta sexta-feira (28) contra a insegurança que eles sofrem nas ruas de Londrina. Nas últimas semanas sete motoristas sofreram assaltos na cidade. Um dos participantes do protesto é o motorista Paulo Fernandes, 35. "É um pedido por mais segurança não dos órgãos públicos, mas das plataformas que têm sido negligentes em relação ao cadastro de passageiros. A 99 por exemplo faz o cadastro de passageiro e eles alteram o nome até para 'Vou te roubar' e aí praticam assalto contra a gente", destaca. Eles afirmam que muitas vezes a pessoa que chamou o transporte não é a mesma pessoa que embarca no veículo, embora se identifique como tal.

Centenas de veículos circularam pela cidade, promovendo um buzinaço pelas ruas. A organização do protesto estimava atingir cerca de mil carros nesse protesto, mas não soube informar se esse número foi atingido.

O motorista Ricardo Cardoso foi um dos participantes e afirma que a bandidagem tem abusado em Londrina. "Os aplicativos não têm garantido a segurança dos motoristas por aplicativo", queixa-se. Tiago Martini Muniz afirma que está muito inseguro. "Está bem complicado rodar à noite e de madrugada. Eu tenho muitos conhecidos que já foram vítimas de assaltos", reclama.

Wilson Ribeiro Mendes relata que trabalha mais com o Uber e diz que a situação está bem perigosa. Um dos motoristas relatou que todos os veículos que são utilizados por motoristas por aplicativo são rastreados. Ele destaca que os motoristas se organizaram em grupos de WhatsApp e centrais de monitoramento e também utilizam aplicativos de rádio por onde pedem que outros motoristas acompanhem a trajetória do veículo.

O Tenente Emerson Castro, da Polícia Militar, afirma que os representantes dos motoristas tem sido bem próximos da PM e juntos têm buscado alternativas de tentar inibir esse tipo de crime. "Um dos estudos aponta que a PM poderia ajudar se eles identificassem esses carros com algum adesivo. Eles estão trabalhando nesse sentido. A orientação da PM é a abordagem desses motoristas de forma preventiva, quando identificarem que o veículo é de aplicativo", destaca. "A gente está trabalhando e está buscando por soluções. É uma condição nova e precisamos trabalhar em conjunto para operar esse sistema. Precisamos que eles nos ajudem a apontar a solução", ressalta Castro.

A reportagem entrou em contato com as assessorias dos dois aplicativos que enviaram notas para a redação.

Confira a nota na íntegra da 99.

A 99 leva a sério a segurança dos motoristas parceiros e trabalha constantemente para aprimorar suas ferramentas de segurança. Tais esforços trazem resultados concretos: reduzimos em 60% o volume de ocorrências graves, por milhão de corridas, no ano de 2019.

Por isso, a segurança para a 99 é prioridade e a empresa investe continuamente para prevenir situações de riscos. Como formas de prevenção antes das chamadas, a companhia mostra aos motoristas informações sobre o destino final, a nota do passageiro e se ele é frequente -- além de exigir que todos os passageiros incluam CPF ou cartão de crédito. Durante o trajeto, ferramentas como compartilhamento de rotas e ligação direta para a polícia estão disponíveis. Depois das viagens, uma central telefônica 24 horas para emergências oferece apoio imediato em caso de necessidade, além de um seguro contra acidentes pessoais.

A plataforma esclarece que o perfil do passageiro é exclusivo e intransferível. Ou seja, não é permitido o compartilhamento da conta com um terceiro. Motoristas que passem por essa situação devem reportar imediatamente para a central 24x7 do app pelo 0800-888-8999, para que a empresa possa adotar medidas corretivas, que pode incluir o bloqueio do perfil do passageiro.

Inteligência artificial: a empresa possui uma série de IAs que atuam em conjunto por meio de machine learning. Elas vasculham padrões de comportamento suspeitos em poucos segundos no ato da chamada e adotam medidas automáticas, que incluem bloqueios e confirmação de dados. Isso é definido a partir de uma série de combinações que, juntas, indicam riscos, como o histórico do usuário na plataforma, horário da chamada, forma de pagamento, entre outros.

Zona de risco: o aplicativo faz é um mapeamento de áreas de risco e envia aos motoristas notificações quando a começa ou termina nelas. O levantamento é feito utilizando estatísticas internas e dados externos das Secretarias de Segurança Pública. Essas áreas são dinâmicas e o motorista pode escolher cancelar as corridas caso o alerta apareça.

Cursos presenciais: nas mais de 35 Casas 99 espalhadas pelo Brasil, a 99 faz semanalmente encontros presenciais com motoristas em que são oferecidos cursos que incluem orientações sobre segurança, indicando tipos de corridas suspeitas, zonas de risco e explicando a central de atendimento emergencial. As Casas têm capacidade de atender mais de 10 mil motoristas por dia.

Kit de segurança: a 99 conta com um botão em formato de escudo na tela do app que permite aos usuários, motoristas e passageiros, compartilharem rotas em tempo real e adicionar até cinco contatos de confiança. Além disso, dispõe de um botão para ligar direto para a polícia.

Central de segurança: a 99 é a única empresa do setor no Brasil que conta com uma central telefônica de emergência 24 horas, 7 dias por semana, que responde prontamente em caso de necessidade e oferece auxílio sobre o que fazer. Por exemplo, podemos enviar um carro em ocorrências em que o veículo tenha sido levado ou a vítima esteja em local isolado.

Seguro contra acidentes pessoais: Todos os usuários estão protegidos em suas corridas realizadas pela 99. Desde o aceite até a finalização das corridas, passageiros e motoristas são cobertos.

Confira a nota na íntegra do Uber.

Segurança é prioridade para a Uber e a empresa está sempre buscando, por meio da tecnologia, fazer da sua plataforma a mais segura possível, de uma forma escalável. Hoje uma viagem pelo aplicativo já inclui ferramentas de segurança antes, durante e depois de cada viagem, tanto para os usuários quanto para os motoristas parceiros.

O aplicativo exige do usuário que quiser pagar somente em dinheiro que insira o CPF e data de nascimento, dados que são checados na base de dados do Serasa. A ferramenta que faz essa verificação, denominada U-Check, foi anunciada em 2019, como primeiro projeto entregue pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico instalado pela Uber em São Paulo - o primeiro da empresa na América Latina, com foco em segurança.

A informação sobre essa opção de pagamento também é exibida na tela do aplicativo de quem está atrás do volante antes que o usuário entre no carro, assim como a região do destino final e a nota do usuário no aplicativo. Também está em teste a opção do aplicativo em que o motorista pode escolher não receber chamadas para viagens com pagamento em dinheiro.

Além disso, a Uber utiliza no Brasil o recurso de machine learning. Esta ferramenta usa algoritmos que aprendem de forma automatizada a partir dos dados e bloqueia as viagens consideradas potencialmente mais arriscadas, a menos que o usuário forneça detalhes adicionais de identificação.

O aplicativo da Uber permite ainda que solicitações de viagens sejam canceladas por motoristas parceiros sinalizando motivo de segurança quando não se sentirem confortáveis.

Na Uber, todas as viagens são registradas por GPS. Usuários e motoristas sabem que há registro das viagens. Caso aconteça uma parada longa e não prevista na rota, a Uber pode iniciar uma checagem e enviar uma mensagem para o motorista parceiro e o usuário perguntando se é necessário algum suporte e direcionando-o às ferramentas de segurança.

Desde 2018, tanto o aplicativo do usuário quanto dos motoristas parceiros foram atualizados com o lançamento do botão Recursos de Segurança, que reúne todas as funções de segurança da plataforma. Assim, ao longo do trajeto, usuários e motoristas parceiros podem compartilhar a sua localização e o tempo de chegada em tempo real com quem desejarem. O recurso também oferece a opção de ligar para a polícia em situações de risco ou emergência diretamente do app.

Em todas as viagens, tanto os motoristas parceiros quanto os usuários estão cobertos por um seguro da Uber para acidentes pessoais.

Usuários e motoristas podem e devem avaliar um ao outro depois de cada viagem, de forma anônima. Uma equipe monitora essas informações e pode banir da plataforma usuários ou motoristas que tiverem uma média baixa de avaliações ou conduta que viole os termos e condições de uso ou o código de conduta da comunidade, como por exemplo, comportamento inapropriado ou perigoso.

Os motoristas parceiros contam ainda com um número de telefone 0800 para registrar casos de emergência e solicitar apoio da Uber depois que tiverem comunicado às autoridades e estiverem em segurança.

Anúncios mais recentes

Doc Scan - Com o objetivo de prevenir que pessoas mal intencionadas usem o aplicativo, a Uber começa a implementar um projeto-piloto do Doc Scan no Chile. Por meio dele, usuários que não adicionarem meios de pagamento digitais no cadastro ou antes de realizar uma viagem serão solicitados a submeter um documento de identificação, que terá dados e autenticidade verificados. O recurso chega ao Brasil no primeiro semestre de 2020.

Gravação de áudio - Motoristas parceiros e usuários de algumas cidades do país já tem a opção de gravar o áudio de uma viagem por meio de um botão na Central de Segurança do app, antes ou durante a viagem, em algumas regiões. Concluída a viagem, se desejarem informar algum problema, podem também encaminhar o arquivo de áudio para a Uber. O conteúdo, criptografado, fica armazenado no telefone de quem efetuar a gravação, mas só a Uber tem acesso – se o arquivo for compartilhado com a empresa. O arquivo enviado ao suporte em caso de necessidade pode ser utilizado em investigações ou compartilhado com as autoridades, nos termos da lei.