Imagem ilustrativa da imagem Motoristas do transporte coletivo suspendem indicativo de greve
| Foto: Gustavo Carneiro-2/06/21

O risco de uma nova greve no transporte coletivo de Londrina foi efetivamente afastado após assembleia dos motoristas ao longo desta terça-feira (8). Com a decisão favorável à suspensão do indicativo de greve, a categoria confirmou que a proposta feita pelas empresas nesta segunda-feira foi suficiente para atender à pauta de negociações, que incluía a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho, reajuste do tíquete refeição e o pagamento do valor referente ao PPR (Programa de Participação nos Resultados) de 2020. Por outro lado, o resultado da votação também indicou que parte dos motoristas não ficou satisfeita com a proposta das empresas.

Enquanto o indicativo de greve foi aprovado com apenas 22 votos contrários, na semana passada, a suspensão do aviso de paralisação teve 160 votos contrários, 342 favoráveis, dois brancos e quatro nulos.

"Foi uma construção com o prefeito, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) e as empresas. Cabe ao sindicato trazer para a categoria e colocar em assembleia e explicamos que esta proposta não representava um retrocesso", avaliou o presidente do Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Londrina), José Faleiros.

Reunidos na sede da CMTU nesta segunda-feira, os motoristas receberam uma proposta de liberação do valor do PPR (Programa de Participação dos Resultados) referente aos anos de 2020 em parcela única e manutenção do pagamento do PPR de 2021, além de um reajuste equivalente a R$ 50 no tíquete refeição. Desta forma, o valor passará para R$ 375 a partir do mês que vem.

Na mesma ocasião, houve um indicativo por parte do prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), de que o município realizará um aporte financeiro no caixa das empresas. Tanto a TCGL (Transporte Coletivo Grande Londrina) quanto a Londrisul afirmam que as medidas adotadas por conta da pandemia da Covid-19 ocasionaram o desequilíbrio econômico-financeiro nos contratos firmados com o município.

De acordo com o presidente do sindicato, embora o pagamento dos valores referentes ao PPR de 2020 já esteja judicializado, ainda não há uma previsão de quando as empresas deverão liberar este valor. "Vai ser feito um acordo para saber em qual mês vai ser pago isso. Com o chamamento do Poder Público na ação, vamos chegar a este acordo o mais rápido possível", disse Faleiros.

Agora, empresas e sindicato deverão concentrar os esforços na formalização do Acordo Coletivo de Trabalho que passa a valer. "Agora o passo é o sindicato sentar com as empresas, fazer a renovação, instrumentalizar isso e redigir o acordo", afirmou. Faleiros, o que deverá acontecer nos próximos dez dias. Em seguida, o município deverá ser notificado, informou.

TRANSPARÊNCIA

Em sessão na tarde desta terça-feira, a Câmara Municipal de Londrina aprovou um requerimento que pedia a abertura de uma Comissão Especial para analisar os contratos firmados entre as empresas e o município.

"Acho justo, os vereadores estão no papel deles. Eles precisam fiscalizar o Poder Público e quanto mais transparência tiver melhor. É importante para todos e para a comunidade", avaliou Faleiros.

O requerimento, apresentado pela vereadora Mara Boca Aberta (PROS), indica que a comissão terá prazo de 180 dias para realizar o trabalho e será formado por cinco membros.