Um motorista de aplicativos de 35 anos está sem saber o resultado de seu exame para a Covid-19, depois que o material coletado na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Sabará no dia 11 de julho desapareceu.

Imagem ilustrativa da imagem Motorista faz exame para Covid-19 e material coletado desaparece de UPA
| Foto: Emerson Dias/N.Com

O paciente afirma que procurou a unidade de saúde pelo menos duas vezes depois da data em que o resultado deveria ser entregue, mas só conseguiu um posicionamento após a irmã dele intermediar um contato com um assessor do prefeito Marcelo Belinati (PP), que pediu desculpas, mas disse que ele teria de passar novamente pelo procedimento.

Segundo o motorista, os sintomas apareceram no dia 9 de julho, uma quinta-feira, e ele buscou ajuda médica na UPA Sabará no sábado, quando fez a coleta de material para análise. O resultado deveria sair na quarta-feira seguinte (15), mas, ao ligar na unidade de saúde, o resultado do exame com seu nome não foi encontrado.

Ele chegou a ligar em outras unidades de saúde e, mesmo com números de documentos, nada foi encontrado. “Eles me enrolaram desde as 10h até umas 15h. Foi quando me pediram para ir para lá (UPA) e, lá, começaram a se desculpar, porque havia sido extraviado, que não sabiam que tinha acontecido, que foi um caso em um milhão e era para eu fazer o teste de novo”, relata. O motorista por aplicativos se recusou a fazer, devido ao incômodo de se inserir o cotonete no fundo da cavidade nasal para coletar material para exame.

Ele questionou se poderia ser feito outro tipo de exame, com coleta sanguínea, mas, diante da negativa, ele recusou. Dois dias depois, fez o teste rápido de farmácia. “O teste rápido deu negativo, mas, no fim das contas, eu não sei se peguei, porque fiquei mal por uns dez ou doze dias”, diz.

Quando esteve na UPA para receber o “diagnóstico” do extravio, o motorista por aplicativos pediu algum comprovante de que seu teste estava perdido, mas a solicitação foi recusada. Ao invés disso, foi orientado a entrar em contato com a Secretaria Municipal de Saúde. Ele também diz que não viu seu prontuário, apesar de a coordenadora de saúde afirmar, na ocasião, que o documento estava com ela e que indicava desde a chegada à UPA, a medicação feita durante o atendimento e a anotação dos remédios receitados. “Ela me disse que tinha tudo no prontuário, até a hora que o exame saía de lá. Dali em diante, o exame sumiu. Eles não sabem sequer para onde foi encaminhado para fazer a análise”, diz.

A reportagem tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde, mas, por meio do N.Com (Núcleo de Comunicação), o secretário Felippe Machado disse que está buscando mais informações do ocorrido e que deve se pronunciar nesta quarta (22).