A Justiça definiu que o motorista Jamildo Assis, suspeito de atropelar e matar o fotógrafo Wilton Miwa, vai a júri popular. Ele é acusado de homicídio duplamente qualificado por ter atropelado Miwa após uma briga de trânsito próxima a rotatória da avenida Ayrton Senna no dia 21 de outubro de 2022.

Assis foi denunciado por homicídio duplamente qualificado, já que, de acordo com o entendimento do MPPR (Ministério Público do Paraná), o crime foi praticado por motivo fútil e com meio que dificultou a defesa da vítima. O motorista é acusado de ter jogado propositalmente a caminhonete que dirigia em cima do fotógrafo, que estava de moto, após uma discussão de trânsito. Miwa ficou nove dias internado, mas morreu no hospital.

O parecer favorável ao júri popular foi assinado pelo juiz Paulo César Roldão, da 1ª Vara Criminal de Londrina, no dia 29 de novembro

Willian Miwa, irmão de Wilton, disse à FOLHA que está “só esperando o dia do julgamento” sem ter o que fazer e “sabendo que ele [Assis, através da defesa] vai recorrer”. Ele disse que sente angústia pela morosidade do processo, mas que entende que alguns casos levam tempo para serem concluídos. Afirmou ainda que espera que o final “seja justo”.

Walter Bittar, advogado de defesa de Jamildo Assis, informou que ainda não foi intimado da decisão, mas vai entrar com recurso. Segundo ele, o que aconteceu foi uma "fatalidade" “[A decisão] mostra que houve uma parcialidade enorme na condução desse caso porque o Jamildo foi vítima de tentativa de homicídio. Ele foi linchado [após o ocorrido], foi deixado no chão, foi espancado e não fizeram investigação nenhuma, não foi instaurado nenhum tipo de inquérito”, pontuou.

O advogado afirma que “pré-julgaram” o caso, o que prejudicou a defesa desde o início das investigações. “Ali houve contaminação de provas, modificação do lugar dos fatos e não existe perícia. Então como eles podem alegar que houve intenção quando, na verdade, o que houve foi, infelizmente, uma fatalidade?”, ressalta.