O ex-prefeito de Santo Antônio da Platina José Ritti Filho morreu aos 82 anos no dia 26 de abril, mas o sepultamento ainda não foi realizado por causa da briga judicial entre os filhos do político que governou a cidade do Norte Pioneiro por dois mandatos.

Imagem ilustrativa da imagem Morte de ex-prefeito é marcada por disputa judicial por sepultamento
| Foto: Arquivo Folha

Enquanto o corpo permanece em conservação no Parque das Allamandas, em Londrina, para a cerimônia de cremação, o plenário da Câmara Municipal de Santo Antônio da Platina segue preparado para o velório, que foi anunciado um dia após a morte do ex-prefeito.

O imbróglio no momento que deveria ser destinado aos ritos de despedidas, orações e homenagens teve início com a interrupção do velório por causa de divergências entre os irmãos que moram em Londrina, onde o ex-prefeito residia, e o ex-deputado estadual José Arthur Ritti, que teria o desejo de realizar o velório no Norte Pioneiro e o sepultamento em um túmulo da família no cemitério de Santo Antônio da Platina.

Familiares e amigos ouvidos pela FOLHA afirmam que o ex-prefeito morava havia três anos em Londrina e manifestou o desejo de ser velado e cremado na cidade, mas esse pedido não foi deixado por escrito, apenas verbalmente, que foi suficiente para que os irmãos, um filho e uma filha, começassem a pagar pelo velório e cerimônia de cremação.

A reportagem procurou os filhos do ex-prefeito que moram em Londrina, mas eles preferiram não falar sobre o assunto até a decisão da Justiça, que não foi publicada até o fechamento desta matéria.

Em nota, o advogado Diego Campos, que representa o ex-deputado José Arthur, afirma que “não houve manifestação de vontade” do ex-prefeito, em vida, “a respeito do seu interesse na cremação, o que impede a realização do ato por força da legislação aplicável”, que exigiria um pedido da pessoa durante a sua vida.

Assim, ele justifica que o sepultamento deve acontecer em Santo Antônio da Platina pelo desempenho de Ritti Filho “na qualidade de prefeito” e também pela “própria garantia de que ele seja velado na Câmara Municipal".

“De nossa parte, lamentamos que tenha sido desconsiderada a relevância de sua figura para a cidade de Santo Antônio da Platina e que a situação tenha que ter sido judicializada. No momento, aguardamos a análise pelo Poder Judiciário, confiando que será observada a legislação aplicável e respeitada a figura do Sr. José Ritti Filho”, declarou Campos.

A Câmara Municipal de Santo Antônio da Platina declarou luto oficial em nota publicada no dia 27 de abril e chegou a divulgar que o velório seria realizado naquele mesmo dia no plenário do Legislativo, mas a decoração para a cerimônia de despedida segue na Câmara e só não foi retirada por causa do feriado do Dia do Trabalhador, na segunda-feira (1º), dia da semana em que o plenário é ocupado pelos parlamentares para discussão da pauta do Legislativo.

CLÃ POLÍTICO

José Ritti Filho governou a cidade de Santo Antônio da Platina por dois mandatos, entre 1988 e 1992 e 2004 a 2006. Além disso, a ex-esposa Maria Eni da Silva Ritti foi prefeita entre 1993 e 1996. Já o filho José Arthur ocupou o cargo de deputado estadual na Assembleia durante a legislatura de 1990 a 1994.

****

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.