MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - Um homem de 68 anos é o segundo ianomâmi morto em decorrência da Covid-19. O óbito ocorreu no domingo (24). Ele morava na comunidade Maturacá (AM), de 2.100 habitantes, próxima ao Pico da Neblina, na fronteira com a Venezuela.

Além dele, uma mulher de 70 anos está com a doença em Maturacá. O Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) Yanomami, subordinado à Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), está levando mais testes para o local nesta segunda-feira (25).

Em 9 de abril, o adolescente Alvanei Xirixana, 15, havia morrido em um hospital de Boa Vista (RR). Ele morava longe de Maturacá (a Terra Indígena Yanomami inclui parte dos estados de Amazonas e Roraima e abriga cerca de 27 mil pessoas).

Apesar de ter uma base do Exército, a região de Maturacá é rota de garimpeiros ilegais, muitos deles cruzando para garimpos clandestinos na Venezuela. Organizações indígenas estimam que haja 25 mil garimpeiros ilegais dentro do território ianomâmi.

Com 9,6 milhões de hectares, a TI Yanomami é a maior terra indígena do Brasil. Foi homologada em 1992, pelo então presidente Fernando Collor.

De acordo com o boletim diário da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), do Ministério da Saúde, 38 ianomâmis já foram infectados pelo coronavírus. O segundo óbito ainda não havia sido computado na manhã desta segunda.