Rio, 26 (AE) - Morreu no início da madrugada de hoje, em Petrópolis, região serrana do Rio,o marechal-do-ar Casimiro Montenegro Filho, de 95 anos, um dos pioneiros do Correio Aéreo Nacional e idealizador do Insituto de Tecnologia da Aeronáutica. Montenegro estava internado em uma clínica de Petrópolis e morreu de insuficiência respiratória. O corpo do marechal será enterrado hoje, às 17 horas, na Cripta dos Voadores, no cemitério São João Batista, no Rio. Segundo a família, ele estava lúcido até o início da noite de sexta-feira.
O marechal foi amigo do brigadeiro Eduardo Gomes e, junto com ele, um dos pioneiros do Correio Aéreo Nacional (CAN). Na década de 40, defendia a tese de que, para se formar uma elite capaz de promover e apoiar uma política de desenvolvimento das atividades aeronáuticas, haveria necessidade de se construir um grande centro de ensino, pesquisa e indústria, que seria o alicerce para o progresso teconológico do País.
Montenegro levou seus planos ao ministro da Aeronáutica na época, Salgado Filho, que decidiu convidar o professor Richard Smith, Chefe do Departamento de Aeronáutica do Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), consultor do governo americano e figura de projeção no mundo da tecnologia da aeronáutica, para estudar a possibilidade de organização desse grande centro. Estava lançada a idéia de criação do Insituto de Tecnologia da Aeronáutica, que seria implantado em janeiro de 1950, em São José dos Campos, no interior de São Paulo.
Montenegro lutou na revolução de 1930 e de 1932, mas em 1964, não participou do golpe de Estado que derrubou o presidente João Goulart porque estava afastado da política por problemas de saúde.
Em 1990, a Associação dos Engenheiros do ITA criou a Fundação Casimiro Montenegro Filho para dar cobertura ao instituto na ampliação e modernização de seus recursos humanos e materiais. Ele deixou cinco filhos e seis netos. Sua mulher, Maria Antonieta Montenegro, de 75 anos, deve acompanhar o enterro no Rio.