Moradores do Flores do Campo acusam polícia de truculência e PM rebate
Denúncias nas redes sociais afirmam que PM's arrancaram portão instalado para segurança e quebraram cano de abastecimento de água;
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 01 de agosto de 2019
Denúncias nas redes sociais afirmam que PM's arrancaram portão instalado para segurança e quebraram cano de abastecimento de água;
Vítor Ogawa - Grupo Folha
Moradores da ocupação do residencial Flores do Campo acusam a Polícia Militar de realizar uma ação truculenta no local nesta quarta-feira (31). Segundo uma moradora do local, que pediu para não ser identificada, policiais militares teriam entrado na ocupação disparando tiros de balas de borracha e atirando bombas de ação moral. “Amarraram uma corda no portão de entrada e na viatura e arrancaram a cerca”, declara.
“Depois entraram na ocupação e quebraram o cano de água principal, que abastece todas as casas da comunidade, com armas em punho, para que o povo se amedrontasse. Crianças saíram correndo nas ruas chorando e gritando com medo. As mães correram para as ruas, na tentativa de proteger seus filhos. Todos aqui ficaram apavorados. Foi um verdadeiro filme de terror em plena tarde”, declara. Segundo a moradora, ninguém fez nada contra os policiais, tampouco os agrediu. “Estamos preocupadas com a opressão policial que acaba de acontecer mais uma vez no Flores do Campo”, declara.
A ação também foi denunciada por moradores e defensores dos direitos humanos nas redes sociais na tarde desta quarta. Relatos acompanhados de fotos e vídeos do encanamento quebrado foram distribuídos por meio do site de relacionamentos Facebook e pelo aplicativo de troca de mensagens Whatsapp.
Segundo a assessoria de comunicação do 5º Batalhão da Polícia Militar de Londrina, a Polícia Militar não efetuou tiros na ocupação do Residencial Flores do Campo, tampouco quebrou canos de água ou usou a truculência para entrar nas casas. “O que tivemos à tarde não condiz nada com isso. Pessoas entraram em contato com a PM afirmando que instalaram um portão e não estavam permitindo que carros de serviço pudessem entrar no local, como para realizar entregas”. Segundo a assessoria, a PM foi ao local e localizou a instalação de um portão no local, o que de acordo com a instituição, é proibido.
A assessoria afirma que a ação foi para a remoção do portão e para garantir o fluxo livre de veículos. “Os policiais encontraram um portão no local e pessoas estavam sendo impedidas de entrar e sair do bairro. Se houver dúvida, a PM se coloca à disposição e está sensibilizada com essa questão do impedimento de entrar e sair de lá. Se alguém tiver algum tipo de informação sobre o assunto pode entrar em contato com a PM”, declarou Eguédis.
O coordenador do MNDH (Movimento Nacional dos Direitos Humanos) no Paraná, Carlos Santana, disse que vai pedir à Promotoria dos Direitos Humanos que apure o motivo da entrada dos policiais no local, uma vez que a área é alvo de litígio na Justiça Federal e, por isso, seria necessário da autorização da Polícia Federal para eventual ingresso no local. "O portão foi instalado por segurança, para impedir que pessoas estranhas transitassem ali dentro. A PM não podia chegar lá e retirar à força e quebrar o cano de água", defende.
(Colaborou Luís Fernando Wiltemburg)

