Depois do levantamento que confirmou a existência de aproximadamente mil moradores de rua em Londrina, a Secretaria Municipal de Assistência Social fez um trabalho paralelo e identificou que muitos estão sendo enviados por prefeituras de outros municípios do Paraná e do interior de São Paulo. Os nomes foram mantidos em sigilo. A constatação veio do Centro POP, na rua Dib Libos, zona leste, que é a porta de entrada para quem necessita de serviço assistencial.

Imagem ilustrativa da imagem Moradores de rua estão sendo enviados a Londrina por outras prefeituras, aponta estudo
| Foto: Gustavo Carneiro/08-03-2019

Segundo o relatório, cerca de 15 a 20 pessoas chegam todo mês em Londrina. "Depois de uma triagem inicial, averiguamos que muitos vêm já com guias de atendimento. O problema é que eles não retornam de onde vieram. Acaba sobrecarregando a demanda que já temos aqui. Não podemos encaminhar a pessoa para outra cidade sem qualquer finalidade", explicou a secretária responsável pela pasta, Jacqueline Micali.

Com o levantamento em mãos, a secretaria pediu ajuda ao Ministério Público. Na época, o promotor Paulo Tavares, que deixou o cargo para ser procurador do Tribunal de Justiça do Paraná, se comprometeu a oficiar as prefeituras de outras cidades para que as administrações se responsabilizem em criar políticas públicas que impeçam o "êxodo" de moradores de rua.

Nessa quinta-feira (8), outra polêmica sobre o mesmo assunto parece ter acabado. A gerência do Terminal Rodoviário, após pressão do MP e da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), retirou as grades instaladas no entorno do local. Foram gastos mais de R$ 46 mil na implantação. A estrutura será reaproveitada de forma imediata no estacionamento da rodoviária. Ela será colocada em uma extensão de 113 metros na área que fica em frente ao viaduto que está sendo construído na avenida Dez de Dezembro.