Moradores do distrito de Lerroville realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira (8), que bloqueou a rodovia PR-445 das 5h40 até 7h30 da manhã. Os manifestantes chegaram a fechar a rodovia com pneus velhos e atearam fogo na barreira. Um dos manifestantes é o motorista Roberto Carlos Belisário, que se insurgiu contra a decisão do Governo Estadual de deixar de construir um viaduto onde hoje fica o trevo que dá acesso ao distrito. “Lerroville possui 8 mil pessoas morando e é maior do que muitas cidades do Paraná e o governador tirou de pauta a construção do viaduto de acesso a Lerroville”, apontou.

“Eu acho uma vergonha você morar em um lugar em que você não tem nenhum acesso por viaduto para a sua casa, em que a entrada é uma rotatória em uma rodovia de mão dupla, em que, diariamente, passam tratores e caminhões com a produção agrícola e cargas movimentadas pelas cooperativas. Todos eles desembocam neste trevo. Não desmerecendo quem mora no Patrimônio Selva, com quatro viadutos, mas lá só moram umas 50 famílias.” Ele ressaltou que há um viaduto no acesso ao distrito de Irerê e, embora ainda esteja na fase de projetos, quando for lançado a licitação do trecho entre Lerroville e Irerê, certamente haverá um viaduto no acesso a Guaravera. "No trecho já licitado entre Mauá da Serra e Lerroville, a entrada do município de Tamarana também foi contemplado com um viaduto."

O grupo de manifestantes, denominado "Amigos de Lerroville", enviou ofício ao prefeito de Londrina pedindo apoio para ser incluído um aditivo ao projeto de duplicação da PR-445 que contemple o viaduto de Lerroville. "Nossa população está sendo marginalizada pelo projeto de duplicação da PR 445", diz o ofício.

Belisário explicou que só no assentamento vivem mais de 3 mil pessoas e na área urbana do distrito tem mais de 5 mil pessoas. "Vale ressaltar que, pelo fato de haver no trevo de Lerroville, dois postos de gasolina, dois restaurantes e duas borracharias, já ocorreram muitos acidentes nesse local, sendo que em alguns casos vidas foram ceifadas."

Ele afirmou que o objetivo do protesto não era trancar a pista. “Mas se a gente não fizer nada, daqui a pouco vai ter noticiário falando que um caminhão bateu no trevo, vai começar a morrer gente e aí não adianta fazer protesto.” Belisário explicou que aqueles que tinham consulta médica marcada foram liberados para passar a barreira e quem tinha carga perecível também.

O DER/PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná) informa que, dentro da obra de duplicação da PR-445 entre Mauá da Serra e Lerroville, está prevista a implantação de uma rótula em nível na entrada do distrito, bem como implantação de vias marginais ligando Lerroville e Tamarana.

“Os estudos realizados para elaboração do projeto de duplicação da rodovia concluíram que a rótula em nível já atenderá as demandas atuais de tráfego de veículos no distrito. O deslocamento entre Lerroville e Tamarana será realizado pela nova via marginal, sem necessidade de acesso à pista central.”

Segundo o órgão, o deslocamento no sentido Lerroville para Mauá da Serra será feito pela via marginal e atravessando o viaduto de Tamarana para acessar a nova pista da PR-445, “com segurança e sem grande diferença na distância percorrida.”

O DER/PR diz ainda que o deslocamento no sentido Lerroville para Londrina será feito pela via marginal, acessando a rodovia logo em seguida.

Segundo o órgão, somente no deslocamento de Londrina para Lerroville, um trajeto de em média 40 km a 50 km, será necessário o deslocamento até o viaduto de Tamarana, distante 1,1 km da entrada do distrito, para cruzar a rodovia via passagem superior, “garantindo a segurança do usuário em questão e de condutores trafegando na pista central.”

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