Imagem ilustrativa da imagem Moradores da zona norte comemoram instalação de faixa elevada

Em 13 de setembro de 2020, Maria Luiza de Mello Cordeio, 77, morreu depois de ser atropelada por um veículo na avenida Saul Elkind, no conjunto Parigot de Souza 2 (zona norte). Era domingo e ela retornava do supermercado para casa quando um condutor, menor de idade, avançou sobre a faixa de pedestre. A vítima chegou a ser socorrida e encaminhada ao hospital, mas não resistiu aos múltiplos ferimentos.

Antes de Maria Luiza, várias outras pessoas foram mortas ou ficaram feridas em acidentes de trânsito ocorrido no mesmo local, na altura do número 4.607 da avenida. Moradores da região não conseguem esquecer o menino de quatro anos de idade morto também por atropelamento, no mesmo trecho, em fevereiro do ano passado. Em conversa com a comunidade, outros casos vão surgindo com facilidade. Todos se recordam de uma história trágica.

Na semana passada, no local do acidente que matou Maria Luiza, a prefeitura construiu uma faixa elevada de um dos lados da pista e instalou uma lombada no lado oposto, atendendo a uma reivindicação da comunidade. Neste sábado (13), data em que a morte de Maria Luiza completou seis meses, a filha dela, a jornalista Nara Cordeiro, reuniu-se com moradores da zona norte e membros da ONG Cedetran (Centro Intersetorial de Prevenção de Acidente de Trânsito do Paraná) e, com o apoio da Polícia Militar, distribuiu panfletos aos motoristas com o rosto da mãe estampado em uma campanha de conscientização pelo respeito às regras de trânsito.

Cordeiro também pede punição aos responsáveis pela morte da mãe. O condutor do veículo que atingiu Maria Luiza era um adolescente de 17 anos que estava acompanhado do pai, que embora tivesse comprado o automóvel, também não possuía carteira de habilitação. “Ele está impune. Responde ao processo em liberdade, mas agora ele já é maior de idade. O pai também tem que responder também pelo que fez”, cobrou Nara.

“Os carros passam por essa via em alta velocidade e o pedestre tem que acelerar o passo, mas o idoso não consegue. O pessoal não respeita a velocidade. Anda sempre acima do limite”, disse o integrante do Cedetran, Cláudio Augusto.

Proprietária de uma loja de material de construção, Maria Aparecida Nogari Gomes disse que a situação naquele ponto da avenida Saul Elkind é preocupante e comemorou a construção da faixa elevada. “Já havíamos pedido uma medida para o prefeito quando morreu o menino de quatro anos. Que bom que agora saiu”, comentou.

Naquele ponto da avenida, o limite de velocidade é de 50 km/hora, mas o servidor público Valtair de Oliveira disse que ninguém respeita. “Aqui é rota de fuga para bandido. Tem muita perseguição policial e é comum os carros passarem em alta velocidade. Só essa faixa elevada não vai funcionar, não, precisaria colocar um redutor de velocidade um pouco antes”, avaliou.