Resultados preliminares dos exames feitos por técnicos da Universidade do Vale do Itajaí (Univale - SC) confirmaram indícios de toxicidade nos moluscos retirados da Baía de Guaraqueçaba (Litoral do Estado). Os técnicos coletaram amostras de água e moluscos, considerados as espécies mais resistentes às toxinas, na última sexta-feira, duas semanas depois de centenas de peixes terem aparecido mortos na região. Nova coleta de moluscos deve ser feita amanhã. A conclusão dos exames vai definir se o prazo de proibição da pesca na baía será prolongado.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) proibiu a pesca na região no último dia 9, depois de constatar que a proliferação de algas tóxicas na baía causou a morte dos peixes. Para proibição, o Ibama se baseou em laudo técnico realizado pelo Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que detectou a presença de algas tóxicas na água.
A preocupação do Ibama é que essas toxinas tenham atingido também os moluscos, que são espécies consideradas ‘‘filtrantes’’. O gerente do Ibama em Paranaguá, Lício Domit, explicou que somente monitoramento constante dessas espécies vai avaliar o grau de toxicidade na água e se ainda há riscos para a população.
Até ontem, nenhuma pessoa tinha dado entrada em hospitais e postos de saúde da região com sintomas de intoxicação, o que faz com que o Ibama descarte a possibilidade de que essas algas sejam nocivas à população. Ainda assim, o Ibama vai manter a proibição da pesca no local até que nenhuma espécie apresente sinais de toxicidade.
Domit explicou que, da mesma forma que os moluscos acumulam as toxinas, também as eliminam quando a incidência das algas tóxicas diminuem. O Ibama pretende fazer nova vistoria aérea na baía ainda essa semana, para saber se a incidência das manchas (formadas pelo acúmulo de algas) na água ainda é grande no local.
Os moluscos estão sendo retirados de três pontos da baía: Medeiros, Ilha Rasa e Guapicu, considerados mais ‘‘críticos’’ pelo Ibama. A região apresentou microalgas do tipo Heterosigma cf.carterae, que liberam toxinas que atingem as brânquias dos peixes, causando morte por asfixia.
O prazo do Ibama para liberar a pesca em Guaraqueçaba acaba no próximo dia 25, mas pode ser adiado. Até lá, deverá ser realizado monitoramento constante da água e das espécies que vivem na região.