Como parte das ações do polo de inovação do agro de Londrina, foi inaugurado oficialmente, nesta segunda-feira (18), o laboratório de FoodTech do campus local do IFPR (Instituto Federal do Paraná). A unidade atende aos alunos que desenvolvem projetos de pesquisa na área de alimentos e é apontada como fundamental para o instituto, que atua como incubador de ciência e tecnologia. A solenidade de inauguração contou com a presença dos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, e da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.

O laboratório foi construído com recursos do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) por meio de emendas parlamentares apresentadas pela deputada federal Luísa Canziani (PSD-PR). Somente no laboratório de FoodTech, foram investidos R$ 180 mil em recursos liberados pela pasta da Agricultura, utilizados na compra dos equipamentos que irão auxiliar professores, alunos e pesquisadores no desenvolvimento de seus projetos.

“São fundamentais, os investimentos em ciência, tecnologia, qualificação. Não podemos deixar de valorizar a nossa grande vocação. Japão, Coréia do Sul, Taiwan evoluíram muito, mas nós também tivemos uma evolução nas tecnologias para produção de alimentos, colocando o Brasil no rumo certo, no fortalecimento da nossa agropecuária e qualificação dos nossos jovens para o mercado de trabalho”, declarou Fávaro, ressaltando que o Mapa está aberto a novas parcerias como a que possibilitou a implantação do laboratório de FoodTech.

O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, que veio ao Paraná para firmar um pacto sobre governança da água com o governador Ratinho Junior e acompanhou o ministro da Agricultura em sua agenda, frisou a importância dos investimentos na construção e transferência do conhecimento, na pesquisa aplicada, na inovação e na extensão. “É preciso que isso seja feito o mais rápido possível para aqueles que estão aptos a inovar, agregar às suas atividades a possibilidade de melhorar sua relação com a produção. Esse laboratório é transformador”, disse Góes.

Além dos R$ 180 mil usados para equipar o novo laboratório, o campus Londrina recebeu uma emenda de R$ 280 mil, também por meio de Canziani, destinada à aquisição de equipamentos para o funcionamento de um laboratório de informática e, no final de 2022, um novo aporte de R$ 1,8 milhão possibilitou a construção do refeitório, ainda em execução, e o pagamento das bolsas aos estudantes e pesquisadores. “O foco a gente não pode perder, que é o nosso DNA, que é o ensino. Primeiro vem a formação de profissionais qualificados para atender a esse setor, essa demanda da área de food tech. Em seguida, vem a realização de pesquisas nessa área e a interação da instituição com a indústria alimentícia. São várias ações que integram esse projeto maior”, destacou o diretor geral do IFPR campus Londrina, Marcelo Poleti.

Entre os projetos que já estão em desenvolvimento no FoodTech, há pesquisas na área de melhoramento de produtos à base de soja para inserção na alimentação humana, projetos de aproveitamento de resíduos para produção de farinhas, como malte e bagaço de cana, para consumo humano, projetos de melhoria de produtos fermentados à base de leite, mas também há projetos na área das artes. Um deles consiste em produzir obras de arte a partir de fungos que causam a deterioração de alimentos. “Food tech não é só alimentos”, frisou o professor e coordenador do projeto FoodTech do IFPR, Luiz Diego Marestoni.

O reitor dos institutos federais do Paraná, Odacir Zanatta, lembrou que nos últimos anos o país enfrentou problemas orçamentários “bastante sérios” relacionados à educação e que agora, com a mudança de governo, esses recursos estão sendo devolvidos às instituições de ensino. O campus Londrina do IFPR tem hoje cerca de 1,1 mil estudantes e, com a ampliação da estrutura prevista para a unidade da zona norte, a expectativa é chegar a 1,5 mil alunos nos próximos anos. “Acredito que em um horizonte de mais ou menos cinco anos, a gente já esteja com o corpo docente e técnicos administrativos consolidados e trabalhando com a capacidade máxima que nosso campus pode suportar.”

A deputada Luísa Canziani disse que a implementação do laboratório foi possível em razão da existência de um ecossistema de inovação no município e destacou a importância das parcerias na viabilização do projeto, como Sebrae, Câmara Municipal e Prefeitura de Londrina. “A inovação é um grande instrumento de transformação para todos nós através do agro”, disse a parlamentar.