Ministro prevê rápida aprovação da reforma trabalhista
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quinta-feira, 03 de fevereiro de 2000
Buenos Aires, 03 (AE-DOW JONES) - O ministro do Trabalho da Argentina, Alberto Flamarique, disse que a comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados deve aprovar a reforma trabalhista na terça-feira. Segundo o ministro, o projeto deverá ser votado pelo plenário da Câmara no dia 17 ou 18 e ser imediatamente encaminhado para a aprovação final do Senado.
Desde que o projeto foi encaminhado ao Congresso no início de janeiro, sua votação tem sido adiada por causa da oposição dos sindicatos e dos congressistas da oposição peronista. Os peronistas, que ameaçavam apresentar seu próprio plano de reforma, manifestaram recentemente a disposição de garantir o quórum necessário para a votação.
Em entrevista coletiva televisionada, Flamarique disse que "o consenso que buscamos é aquele no qual a Argentina e todos os argentinos avancem para a eliminação do desemprego". Flamarique disse que a proposta de reforma "tende a ajudar os grandes empregadores e as pequenas e médias empresas a gerarem o emprego estável". Ele acrescentou que "há 2 milhões de pessoas na Argentina que não têm emprego". A taxa de desemprego na Argentina ficou em 13,8% em outubro.
A Confederação Geral do Trabalho (CGT), maior central sindical, alega que a reforma trabalhista vai apenas resultar em redução de salários. Os críticos da CGT afirmam que a central apenas teme perder poder com a reforma trabalhista. "O diálogo com a CGT vai continuar", disse Flamarique sobre a série de encontros realizados esta semana entre a central e o governo.
Perguntado se o governo vai convocar um plebiscito sobre a reforma trabalhista, Flamarique disse que o governo não planeja uma convocação e que a idéia do plebiscito não se originou no governo. Os pontos mais polêmicos da reforma são os planos para ampliar de um para seis meses o período de experiência para novos trabalhadores e a descentralização dos sindicatos.
"Nos últimos dez anos, quando a CGT foi liderada pelos partidários de Menem, ninguém perdeu tanto quanto a classe trabalhadora", disse o vice-presidente Carlos Alvarez. "A CGT deve ser autônoma, independente dos partidos políticos", disse.