Ministro das Finanças do Equador diz que acordo com o FMI não é prioritário
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2000
Quito, 10 (AE-DOW JONES) - O ministro das Finanças do Equador, Alfredo Arizaga, disse em Quito que um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) não é mais uma alta prioridade do governo, embora as negociações com o Fundo devam continuar.
"Vamos continuar negociando com o FMI, mas isto não é uma prioridade porque, com o novo sistema monetário que o país vai implementar, não precisamos depender tanto do FMI", afirmou Arizaga.
Ele disse que, antes de o governo ter decidido adotar a dolarização, o acordo com o FMI era necessário para manter as reservas internacionais. Mas, com o novo plano, as necessidades mudam, uma vez que o governo planeja trocar todos os sucres por dólares.
O ministro reiterou que há reservas suficientes para retirar todos os sucres de circulação. Arizaga disse que o Equador vai "manter relações positivas com todas as instituições internacionais", citando o FMI, o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a Corporação de Desenvolvimento Andino.
Enquanto isso, fontes do FMI em Quito disseram que um representante do Fundo vindo de Washington chegará ao Equador hoje ou amanhã, para analisar a decisão de dolarizar o país, anunciada pelo governo ontem à noite.
"Certamente as metas estabelecidas no programa que estamos negociando precisam ser alteradas, mas isso não significa que um acordo com o Equador não seja possível", disse.
A mesma fonte acrescentou que haverá negociações intensas entre o governo e o FMI esta semana sobre um novo acordo. Originalmente, o Equador pedia um programa de empréstimo de 12 meses de US$ 250 milhões.
Os diretores do Banco Central, por sua vez, estavam reunidos em Quito e espera-se que dêem sua opinião sobre a dolarização. Um diretor, Mario Prado, apresentou sua renúncia ao Congresso ontem à noite, dizendo que não havia consenso sobre a dolarização no BC.