Ministério quer campanha para alertar moradores de áreas de risco
Governo federal identificou 60 cidades prioritárias para receberem ações de prevenção a novos desastres
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023
Governo federal identificou 60 cidades prioritárias para receberem ações de prevenção a novos desastres
Fábio Zanini/Folhapress
SÃO PAULO, SP - O Ministério das Cidades identificou 60 cidades prioritárias para receberem ações do governo federal de prevenção a novos desastres como o ocorrido no litoral norte de São Paulo durante o Carnaval.
Entre elas, estão São Paulo, Petrópolis (RJ), Manaus (AM), Angra dos Reis (RJ), Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Teresópolis (RJ), Ubatuba (SP) e Guarulhos (SP). A lista foi feita com base no número de alertas de deslizamentos e mortes de 1988 até o ano passado.
A pasta propõe veicular uma campanha publicitária direcionada a moradores em áreas de risco, que envolveria desde orientações sobre uso do solo até protocolos a serem seguidos em caso de chuva forte. A realização da campanha e detalhes ainda estão sendo debatidos dentro do governo.
"Obras de prevenção de desastres não dão votos, então o que vimos nos últimos anos foi o esvaziamento completo dessas ações", diz o secretário de Políticas para Territórios Periféricos da pasta, Guilherme Simões.
Isso se reflete, segundo ele, no orçamento diminuto previsto para 2023 pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para evitar novas tragédias, que não chega a R$ 2 milhões.
O ministério quer agora buscar ampliação dessa fatia orçamentária. "O montante ainda está sendo definido com base em estudos técnicos. Pretendemos entregar uma proposta até o início da semana que vem", afirma o secretário.
As ações levariam à elaboração de um plano nacional de prevenção de desastres, incluindo governo federal, estados, municípios e sociedade civil.
Uma parte importante, diz o secretário, é oferecer a moradores de áreas de risco alternativas de habitação segura, o que ele classifica como uma "política urbana integrada".
"Simplesmente remover as pessoas de onde elas vivem é uma solução temerária. Você apenas empurra os problemas para a frente, e em algumas situações pode até duplicá-los. A pessoa vai para um novo lugar de risco, sem que o anterior deixe de existir", diz ele, que é ligado ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).