Brasília, 02 (AE) - O ator e diretor Guilherme Fontes terá três alternativas para terminar seu filme "Chatô - O Rei do Brasil", mas tudo dependerá de uma análise de tudo o que foi produzido até agora. O Ministério da Cultura (MinC) colocou todo o material filmado até o momento por Fontes nas mãos de um especialista em cinema. Ele será responsável pela análise que vai verificar se o contrato técnico foi cumprido. Sexta-feira será realizada a última reunião entre o cinerasta e o Minc, já com o parecer em mãos. Mesmo sem terminar sua película, Fontes estará autorizado a captar mais recursos se tiver seguido as regras de filmagem.
O nome do especialista que está analisando o filme tem sido mantido em sigilo pelo MinC, que prefere evitar pressões. Será analisado se Fontes cumpriu condições técnicas como locações, número de atores e outros detalhes técnicos. A qualidade do filme não será analisada. Isto quem vai analisar depois é o público, se o filme for concluído, segundo o ministério. Alternativas - Se o parecer concluir que Fontes seguiu as regras do contrato, o MinC vai sugerir três alternativas. A primeira poderá ser descartada de imediato por Fontes, que já demonstrou interesse em terminar o filme sobre a biografia do jornalista Assis Chateaubriand, que fundou os Diários Associados. Esta alternativa é o chamado redimensionamento do projeto dentro do que foi captado em recursos. Significa que o diretor poderia, por exemplo, encurtar "Chatô" para 110 minutos ou ainda transformar sua obra em um média metragem.
A segunda seria o cineasta recorrer mais uma vez ao mercado e conseguir a chamada garantia firme de uma empresa ou de um grupo de empresários se comprometendo a investir os recursos que faltam para terminar "Chatô". A autorização pode ser dada pelo Ministério da Justiça, tudo dentro da legislação atual. A terceira alternativa dependeria muito da capacidade de Fontes em mobilizar a classe cinematográfica. A legislação permite que ele se associe a outros cineastas, que não chegaram a captar mais que 60% dos recursos e não finalizaram seus trabalhos no ano passado.
Entre os 506 projetos do ano passado, vários não chegaram a captar mais que 20% dos recursos. Esta alternativa, no entanto, dependeria de aprovação dos investidores, que teriam de ser avisados que o dinheiro que emprestaram será utilizado para finalizar "Chatô". O secretário do Audivisual, José álvaro Moisés, explicou que o interesse do MinC é que Fontes termine "Chatô". Moisés disse que ainda não foi analisada a quarta alternativa, que seria a de transferir a finalização de "Chatô" para outra empresa.
Ontem, Fontes esteve reunido com Moisés e mostrou interesse em encontrar uma solução para finalizar seu "Chatô". A avaliação do MinC é que a finalização está nas mãos do próprio cineasta. Quanto à prestação de contas parcial do que investiu no filme até agora, Fontes terá 90 dias para mostrar que tudo está dentro da legislação. Balanço - O balanço parcial do Ministério da Cultura até agora mostra que 61 projetos que captaram 100% dos recursos foram finalizados no ano passado. Ao todo, foram lançados 34 filmes produzidos em 1999. Outros 41 projetos não tiveram captação foram cancelados. Um total de 71 projetos tiveram captação de 100% e já enviaram cartas ao Ministério da Cultura informando que estão finalizando o trabalho. Alguns terão pequenas prorrogações para apresentação do resultado final. Outros 64 projetos ainda têm prazos para entregar cópias e estão regulares. Quinze captaram mais de 60% e deverão ter prazo ampliado para mais captação junto às empresas interessadas.