O sábado começou com pouca movimentação na região central de Londrina no primeiro dia em que passou a valer o decreto com medidas mais restritivas para reduzir a contaminação pelo novo coronavírus. No entanto, algumas lojas permaneceram com as portas entreabertas, inclusive no Calçadão.

Imagem ilustrativa da imagem Medidas restritivas dividem opiniões em Londrina
| Foto: Isaac Fontana/Framephoto/Folhapress

“Eu abri meia porta porque as pessoas estão comprando por Whatsapp e a gente entrega ou elas vêm buscar. Entra um, sai um e a gente deixa uma ordem para evitar esse vírus. Tem conta do aluguel, tem os funcionários, tem os impostos. Temos que pagar tudo. As pessoas têm que ter disciplina. Todo mundo precisa se cuidar. Acho essa medida um pouco radical”, justificou o comerciante Fernando Yan.

Em alguns supermercados da zona norte e da região central, a movimentação foi considerada tranquila para um sábado pela manhã, de acordo com os clientes.

Na feira livre na região leste da cidade, poucos saíram em busca de frutas e verduras. Feirante há 12 anos, José Ferreira da Silva percebeu a queda no movimento logo no início da manhã. “O pessoal se assustou um pouquinho. Se a gente trabalhar com segurança, não tem problema. O problema são as festas, bares. Agora a gente estava começando a recuperar a renda”, lamentou.

Por conta da diabetes, pressão alta e idade acima dos 60 anos, Silva deixou de trabalhar por 90 dias no início da pandemia. “Mas vamos seguir. Peço a Deus saúde e, enquanto a gente tiver, vamos à luta.”

“Foi tudo muito em cima da hora. Quem costuma vir aqui são as pessoas de idade e elas não vieram. O movimento na feira caiu uns 50% em comparação com o que tinha antes da pandemia”, contou a feirante Ivone Zucoloto.

De acordo com a assessoria de imprensa da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), as feiras livres podem funcionar normalmente. Porém, nenhum produto comercializado (pastéis, pamonhas, doces ou pães, por exemplo) podem ser consumido no local. Por isso, mesas e cadeiras foram retiradas.

“O que é essencial para um, pode não ser essencial para os outros. Para cada um, o trabalho dele é essencial porque gera renda”, ponderou o empresário Luis Lino que esteve na feira durante a manhã.

“Os mais pessimistas achavam que tudo estaria melhor neste ano, mas isso não aconteceu. Essas medidas agora são reflexo. Isso não foi só o fato de não ter havido o distanciamento, foi uma série de fatores”, completou o empresário Marcelo Sardeto.

Os dois concordam com medidas mais restritivas e acreditam que o lockdown total, com a proibição da circulação de pessoas durante todo o dia, por exemplo, não seria a solução. Áreas de lazer como o Lago Igapó e o Zerão estavam praticamente vazias nas primeiras horas da manhã.

As medidas restritivas valem para todo o estado até às 5 horas do dia 8 de março. Até lá está suspenso o funcionamento dos serviços e atividades considerados não essenciais, como comércio, shoppings e academias. Também está proibida a circulação de pessoas em espaços e vias públicas das 20h às 5h. Não poderão ser consumidas bebidas alcoólicas em locais de uso público ou coletivo neste mesmo intervalo de horário. Para as atividades está permitido somente o atendimento individual ou culto on-line.

Os estabelecimentos estão liberados para funcionar apenas por meio de sistema delivery, drive-thru ou take away. Podem funcionar normalmente mercados, panificadoras, açougues e postos de combustíveis, além de segmentos classificados como essenciais. (Colaborou Pedro Marconi)

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