A Prefeitura de Londrina adotou uma medida paliativa para estancar o vazamento identificado no Lago Igapó 2. Na última sexta-feira (14), técnicos da Secretaria Municipal de Obras constataram o rompimento de um dos vertedouros que regulam a vazão do lago, fazendo o nível da água baixar.

Neste domingo (16), a assessoria de comunicação da prefeitura divulgou nota informando que o problema havia sido “parcialmente” sanado, após uma ação conjunta das pastas de Obras, Ambiente, Agricultura e CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização). O reparo fez o nível do lago subir seis centímetros em 12 horas e se nenhuma intercorrência acontecer, em cerca de uma semana o volume de água estará normalizado.

A solução paliativa consistiu em colocar sacos de areia de 1.250 quilos para obstruir a entrada da tubulação existente na passagem de um lago a outro, mas posteriormente, os sacos de areia serão substituídos por um reparo definitivo. Com a contenção feita no final de semana, o vazamento foi interrompido e o nível do Igapó 2 voltou a subir.

Em um vídeo divulgado no sábado (16), nas redes sociais da prefeitura, o secretário municipal de Obras, Otávio Gomes, disse ter sido surpreendido com o vazamento e que técnicos da secretaria avaliavam o dano. Duas soluções foram aventadas. Uma delas era esvaziar o Igapó 2 e a outra, fechar o local por onde a água atravessa de um lago a outro. A segunda opção foi a escolhida.

Neste domingo, após a medida paliativa ter se mostrado eficaz, a secretaria de Obras afirmou que as equipes ganharam tempo para planejar as ações a serem tomadas para o reparo definitivo da comporta.

Imagem ilustrativa da imagem Medida paliativa interrompe vazamento no Igapó 2
| Foto: Walkíria Vieira

“Tem algumas obras de infraestrutura que estamos prevendo para o Lago Igapó 2 e estamos avaliando se talvez não seja o momento de fazermos essas intervenções”, disse Gomes no vídeo veiculado nas redes sociais. A reportagem tentou falar com o secretário de Obras, mas a informação é de que ele só atenderia a imprensa nesta segunda-feira (17), em entrevista coletiva.

Em mais de seis décadas de existência, o Lago Igapó foi esvaziado cinco vezes. A última, em 2001, no primeiro mandato do prefeito Nedson Micheleti. Na ocasião, foi verificada uma rachadura que ameaçava ruir a estrutura da ponte da avenida Higienópolis e o lago teve de ser esvaziado para que as obras de reparo pudessem ser feitas.

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| Foto: Celso Felizardo

Com o lago vazio, o assoreamento saltou aos olhos da população e a prefeitura deu início a uma série de estudos para realizar o desassoreamento. O lago ficou seco por meses e em razão da complexidade do trabalho e do alto custo do processo, a administração desistiu de fazer a remoção dos sedimentos, o lago voltou a ser cheio e o problema ficou novamente escondido sob as águas.

Em 2017, o órgão ambiental do Paraná realizou um estudo para limpeza e desassoreamento das quatro divisões do Lago Igapó, mas por falta de recursos, o projeto não avançou. Na época, o trabalho foi orçado em R$ 3 milhões.

O levantamento indicou que o lago possuía 321 mil metros cúbicos de sedimentos e o Igapó 2 era o mais assoreado, com quase cem mil metros cúbicos de sedimentos depositados em 171 mil metros quadrados de área total.

Espuma chama atenção de pedestres próximo ao aterro

Uma espuma densa e branca nas águas do Igapó, próximo da ponte que separa os lagos 2 e 3, na altura do aterro, chamou a atenção de pedestres que passavam pelo local na tarde de sábado (15).

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| Foto: L.R. Silva

No domingo (16), a Sema (Secretaria Municipal do Ambiente) solicitou que fiscais se deslocassem até o local e a conclusão é de que a espuma é resultante da lavagem de calçada de algum prédio da Gleba Palhano (zona sul).

Segundo os fiscais, essa espuma, geralmente, é biodegradável e desaparece em pouco tempo, sem causar problemas ao meio ambiente.(S.S.)