O Exame Nacional de Cursos (o Provão) terá uma nova fórmula de distribuição de conceitos, de modo a tornar a avaliação mais sensível ao desempenho individual de cada curso e permitir um retrato mais fiel dos cursos superiores. A mudança foi anunciada ontem pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza, e entra em vigor no exame deste ano, marcado para 10 de junho, com a participação de 278 mil alunos de vinte cursos.
A média geral dos cursos será a base na nova avaliação. Após definida a média calcula-se o desvio-padrão e, a partir dos resultados obtidos, se atribui o conceito para cada curso.
No modelo anterior as cotas de conceitos A, B, C, D e E eram pré-determinadas. Antes mesmo da aplicação do teste já se sabia que apenas 12% dos cursos - os que atingissem as notas médias mais altas - receberiam conceito A. Essa distribuição seguia com o conceito B sendo concedido a 18% dos cursos com médias imediatamente inferiores, 40% ficavam com C, 18% com D e os 12% piores com E.
O ministro Paulo Renato disse que a mudança nos critérios de avaliação do Provão atende a reivindições de diversas universidades, entre elas a Universidade de São Paulo (USP), que consideram injusto o antigo critério de distribuição dos conceitos. Ele afirmou que a nova fórmula tornará mais nítida a avaliação do Provão, feita desde 1996. ‘‘Quando um curso tiver uma nota A e E é porque, de fato, ele se destaca entre os melhores e os piores de cada carreira’’, afirmou o ministro.
Com os novos critérios, adotados após cinco anos de vigência do Provão, Paulo Renato espera ampliar o número de cursos com conceitos A e B, além da quantidade de formandos que serão submetidos a avaliação. Este ano, segundo o ministro, o Provão abrangerá 278 mil graduandos, ou seja, 20% acima da meta fixada. Souza disse que a nova fórmula de avaliação não vai alterar a essência de funcionamento do Provão.
A partir de agora, o Ministério da Educação vai distribuir bolsas de mestrado ou doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) ao estudantes com as maiores notas no Provão. ‘‘A bolsa é um incentivo aos estudantes’’, disse Paulo Renato, que ontem recebeu os 16 melhores do Provão 2000.